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Artigo de Opinião

Bispo Emérito do Funchal

27/10/2024 07:40

É muito conhecida esta parábola das dez virgens jovens, cinco prudentes e cinco insensatas. As festas de matrimónio no oriente são uma ocasião de grande alegria, que são motivo especial de contentamento e de festa e, como se trata de uma boda de noite, precisava de pequenas lâmpadas de barro, como se encontram nas aldeias da Palestina conhecidas até a primeira grande guerra mundial.

Quanto às formas de realizar a boda, a narração bíblica contêm, por causa da finalidade que o evangelista São Mateus quer tirar uma lição espiritual, e não interessa tanto a historicidade do fato e dos pormenores. Além disso, não conhecemos todos os detalhes e variações das bodas do tempo de Jesus. Neste caso, por causa das pequenas lâmpadas de azeite, os detalhes e variações no tempo de Jesus realizavam-se durante a noite e, portanto, usando as pequenas lâmpadas de azeite. Acontece que os usos e costumes variam segundo os lugares com elementos que duram até os nossos dias.

Uma vez, acompanhado por um grupo de peregrinos da Madeira subíamos de autocarro pelo Monte Tabor, encontrámos um ruidoso coro de rapazes que acompanhavam alegremente um jovem que se dirigia para casa da noiva, com tambores, com instrumentos musicais, entoando cânticos de alegria.

É preciso ter em conta que o jovem quando vai falar com o pai da noiva deve pagar uma enorme quantia de dinheiro, porque o pai perde todos os ganhos que a filha ganharia se não se casasse.

Numa peregrinação à Terra Santa, em que seguiam connosco três jovens meninas, um senhor apresentou-se diante de mim dizendo que entregaria ao pai dela trezentos camelos ou o equivalente em dinheiro, para casar com ela. Falei com o pai que disse não a entregaria por todo o dinheiro do mundo.

São Mateus, apresenta as jovens amigas da noiva que durante a noite esperavam o noivo que demorava a chegar, talvez porque ele estivesse a falar com o pai da noiva para estabelecer o preço do matrimónio.

As virgens são jovens amigas da esposa, um antigo provérbio árabe diz que uma jovem só tinha um cortejo, o nupcial e o fúnebre.

As virgens não tinham possibilidades de distração nas festas de família porque estão mais vivas e alegres. Os antigos hebreus demoravam sete dias, as jovens casavam muito cedo pelos quinze anos.

Neste caso da parábola, visto ser durante a noite estariam reunidas na casa do noivo esperando a sua chegada com as pequenas lâmpadas nas mãos, somente que cinco não tinham trazido azeite.

Quando à meia-noite se ouve o ruído alegre do noivo que está a chegar as virgens prudentes acendem as suas lâmpadas, as insensatas pedem para que as prudentes lhes emprestem azeite. Estas recusam com receio em não terem o necessário para toda a festa, e dizem vão comprar nas tendas dos vendedores. Este conselho é inútil porque durante a noite as tendas estavam fechadas.

Quando entra o noivo fecham-se as portas, estando dentro as virgens prudentes. Quando chegam as virgens insensatas e pedem para abrir as portas. O Senhor diz-lhes: “ Em verdade vos digo não vos conheço. Velai, porque não sabeis o dia nem a hora (Mt.,25,13).

São Mateus coloca esta parábola no conteúdo da parusia ou fim da noite, para convidar os ouvintes cristãos à vigilância cristã. Ainda hoje nas aldeias árabes se conservam os costumes antigos.

Os judeus, porém, além do espírito de alegria, solenidade, música para o momento solene do matrimónio, a sua tradição é mais bela e relacionada com o Templo de Jerusalém. Em qualquer lugar do mundo, cidade, montanhas ou vales, o necessário para os noivos são quatro mastros ou madeiras simples, tendo por cima um véu com um pano para representar o Templo de Jerusalém, durante a cerimónia o noivo parte um vaso de vidro para significar a destruição do Templo.

Para a oração, os judeus permanecem de pé no muro ocidental conhecido por Akotel ou Muro das Lamentações.

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