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EUA/Eleições: Trump acusa canal organizador de manipular debate com Harris

Data de publicação
11 Setembro 2024
14:44

Donald Trump afirmou hoje que o debate com Kamala Harris, na noite de terça-feira, foi manipulado pela cadeia de televisão norte-americana ABC a favor da sua rival democrata nas eleições presidenciais de novembro.

“Foi um caso manipulado, como eu tinha previsto, quando se olha para o facto de que eles corrigiram tudo o que eu disse e não a corrigiram”, disse Trump numa entrevista dada muito cedo à cadeia de televisão Fox News, a preferida dos conservadores.

O ex-presidente norte-americano visava os jornalistas da ABC que moderaram o debate e que voltaram durante o programa às declarações enganosas feitas pelo ex-presidente dos Estados Unidos.

No rescaldo de um debate acrimonioso, em que Kamala Harris irritou Trump e o republicano acusou a sua rival de inação, os dois candidatos presidenciais norte-americanos voltam hoje ao contacto com os eleitores.

Na corrida à Casa Branca, cheia de reviravoltas, a candidata democrata conta agora com um apoiante de peso: Taylor Swift, uma artista com milhões de seguidores, que a elogiou como uma “líder dotada e sólida”.

Donald Trump, por seu lado, não gostou muito.

“Não era fã da Taylor Swift (...). Ela parece apoiar sempre um democrata, e provavelmente vai pagar um preço por isso no mercado de vendas de música”, disse o candidato republicano na quarta-feira na entrevista à Fox News.

Durante o dia, Kamala Harris e Donald Trump participarão separadamente em cerimónias de homenagem à memória das vítimas dos atentados de 11 de setembro (de 2001), nomeadamente em Nova Iorque.

Depois, partem de novo para visitar os seis ou sete Estados-chave que decidirão o resultado das eleições presidenciais de 05 de novembro e nos quais os dois candidatos estão empatados: Carolina do Norte e Pensilvânia para ela, Arizona e Nevada para ele.

Aborto, imigração, economia: no palco em Filadélfia, Kamala Harris e Donald Trump debateram ferozmente as principais questões que preocupam os norte-americanos, a menos de dois meses das eleições.

No debate, a vice-presidente, de 59 anos, levou o tempestuoso septuagenário ao limite, começando por enumerar as dificuldades sentidas pelas mulheres que vivem em Estados que restringiram fortemente o direito ao aborto.

Em seguida, ironizou com a dimensão dos seus comícios de campanha e disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, iria “fazer carne picada” de Donald Trump.

Visivelmente irritado, o republicano contra-atacou acusando a vice-presidente de ter “copiado” o programa económico do Presidente Joe Biden e de ter deixado entrar no país “milhões de pessoas vindas de prisões, manicómios e asilos de loucos”.

Mas o republicano também fez uma série de declarações confusas e inverdades, repetindo a falsa acusação do seu campo de que os imigrantes estavam a comer animais de estimação numa cidade norte-americana. Os dois moderadores da ABC ficaram a olhar com espanto.

Para Julian Zelizer, professor da Universidade de Princeton, Kamala Harris “empurrou [Donald Trump] para o tipo de discurso que ilustra o caos que trouxe à cena política”, mas salientou que o debate “pode não [fazer] mexer muito as sondagens”.

Embora estes eventos televisivos sejam sempre pontos altos da campanha eleitoral, o impacto na votação é frequentemente limitado.

Com uma exceção notável, observou: o debate de junho entre Joe Biden e Donald Trump, que precipitou fortemente a retirada do presidente democrata da corrida - uma das maiores reviravoltas políticas da história moderna.

Não é de excluir um novo confronto entre Kamala Harris e Donald Trump antes da votação de novembro: a candidata democrata desafiou o seu rival republicano para um segundo debate.

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