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FakeNews: Preocupação entre distinguir o real e falso nas notícias aumenta

JM-Madeira

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Data de publicação
14 Junho 2023
8:38

A preocupação entre distinguir o que é real e falso nas notícias aumentou, segundo o relatório Reuters Digital News Report 2023 (Reuters DNR 2023) hoje divulgado, sendo que a confiança nas notícias também recuou face à última edição.

O Reuters DNR 2023 é o 12.º segundo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 9.º relatório a contar com informação sobre Portugal, em que participam 46 países.

De acordo com o estudo, "entre todos os países, mais da metade (56%) diz preocupar-se em identificar a diferença entre o que é real e falso na internet quando se trata de notícias - um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano passado".

Os que dizem usar principalmente as redes sociais como fonte de notícias "estão muito mais preocupados (64%) do que aqueles que não as usam (50%), enquanto muitos países com os níveis mais elevados de preocupação também tendem a ter altos níveis de uso de notícias consumidas através das redes sociais".

Já no que diz respeito a Portugal, o país "continua a destacar-se na questão da confiança estruturalmente elevada face às notícias, não só em relação a outros países do sul da Europa como Grécia (19%), Espanha (33%) ou Itália (34%), mas também de países da Europa central como França (30%) ou Alemanha (43%)".

"Em 2023, cerca de sete em cada 10 portugueses dizem estar preocupados com o que é real e falso na Internet, uma proporção semelhante à identificada em 2022", refere a parte portuguesa do estudo, que salienta "que os portugueses que confiam em notícias estão mais preocupados com o que é real e falso na Internet do que os que não confiam em notícias".

Por outro lado, a confiança nas notícias caiu em média 2 pontos percentuais globalmente, de acordo com o estudo.

"Portugal acompanha esta tendência de queda, revertendo a subida que se verificou nalguns países, enformada pela pandemia do coronavírus", lê-se no documento.

"Em média, entre os países do estudo, 4 em cada 10, do total da amostra, dizem confiar na maior parte das notícias, a maior parte do tempo", sendo que a Finlândia "continua a ser o país com os níveis de confiança mais elevados (69%), enquanto a Grécia é o país com os níveis de confiança mais baixos (19%)".

O relatório também constata a existência do declínio no interesse por notícias.

"O declínio no interesse por notícias está presente num grande número de países, particularmente entre os grupos mais jovens, observando-se uma percentagem elevada de respondentes que afirmam evitar seletivamente notícias (que evitam às vezes ou com frequência)".

Em entrevistas qualitativas, "realizadas nalguns outros países, mas não em Portugal, muitos entrevistados referem que as notícias são muito repetitivas ou muito 'exaustivas emocionalmente'", conclui o estudo.

Entre os que evitam notícias, o relatório aponta que "cerca de metade (53%) tenta evitar todas as notícias de forma periódica, enquanto outros são mais específicos, reduzindo a quantidade de vezes que olham para as notícias (52%) ou evitando tópicos difíceis (32%)".

Outra das conclusões do estudo é que "grande parte do público é cético em relação aos algoritmos usados para selecionar ao que acedem através dos motores de pesquisa, redes sociais e outras plataformas".

Mais de um quarto (30%) diz que ter histórias selecionadas "para eles com base no consumo anterior é uma boa maneira de obter notícias, 6 pontos percentuais a menos do que em 2016, quando esta questão foi posta pela última vez".

No entanto, "em média, os utilizadores preferem notícias selecionadas por algoritmos àquelas escolhidas por editores ou jornalistas (27%), sugerindo que as preocupações demonstradas fazem parte de uma preocupação mais ampla face às notícias e a como elas são selecionadas".

O Reuters Institute Digital News Report 2023 (Global) tem como autores Nic Newman, Richard Fletcher, Kirsten Eddy, Craig T. Robertson e Rasmus Kleis Nielsen.

O OberCom - Observatório da Comunicação, enquanto parceiro estratégico, colaborou com o RISJ na conceção do questinário para o mercado português, bem como na análise e interpretação dos dados.

O estudo português tem como autores Gustavo Cardoso, Miguel Paisana e Ana Pinto Martinho, investigadores do OberCom e do CIES-ISCTE.

O tamanho total da amostra é de 93.895 adultos, com cerca de 2.000 por mercado.

O trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro deste ano e o inquérito foi realizado 'online'.

Os 46 mercados são EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia e Roménia.

Inclui ainda Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Taiwan, Tailândia, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, México, Nigéria, Quénia e África do Sul.

Lusa

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