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Le Pen: História julgará papel do antigo líder da extrema-direita francesa, diz Macron

Data de publicação
07 Janeiro 2025
14:16

A Presidência francesa considerou Jean-Marie Le Pen, que hoje morreu aos 96 anos, uma “figura histórica” da extrema-direita francesa, cujo “papel na vida pública do país durante quase setenta anos (...) está agora sob o julgamento da História”.

“O Presidente da República expressa as suas condolências à sua família e entes queridos”, acrescentou, num comunicado, o gabinete de Emmanuel Macron.

O fundador da Frente Nacional (partido de extrema-direita criado em 1972), atualmente União Nacional (RN, na sigla em francês), retirou-se progressivamente da vida política a partir de 2011, quando a sua filha Marine assumiu a presidência da força política, que liderou até novembro de 2023.

Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido pela sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo, que lhe valeu tanto apoiantes fiéis como uma condenação generalizada.

As suas declarações polémicas conduziram a múltiplas condenações e prejudicaram as suas alianças políticas, mas o político nunca se arrependeu dos seus excessos, muitas vezes repetidos: das câmaras de gás, “um pormenor da História”, à “desigualdade das raças” (1996), passando pela ocupação alemã de França “não particularmente desumana” (2005) ou pela agressão física a um adversário socialista (1997).

Le Pen chegou à segunda volta das eleições presidenciais de 2002, então com 73 anos e na sua quarta candidatura ao Eliseu.

Este resultado surpreendente desencadeou marchas, que juntaram milhões de pessoas durante 15 dias, contra o racismo. Acima de tudo, Jean-Marie Le Pen facilitou a reeleição do seu inimigo declarado, Jacques Chirac.

Mais tarde, ele e a filha acabariam por se afastar. Em 2018, Marine Le Pen mudou o nome do partido para se demarcar da sua imagem “demonizada” e expandir o seu apelo eleitoral, culminando no seu próprio sucesso presidencial.

Apesar da sua exclusão do partido em 2015, o legado divisivo de Le Pen perdura, marcando décadas da história política francesa e moldando a trajetória da extrema-direita.

“Alistado com o uniforme do exército francês na Indochina e na Argélia, tribuno do povo na Assembleia Nacional e no Parlamento Europeu, sempre serviu a França, defendeu a sua identidade e a sua soberania”, destacou hoje o atual presidente do RN, Jordan Bardella.

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