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Médio Oriente: Familiares de reféns apelam a acordo entre Governo israelita e Hamas

Data de publicação
24 Outubro 2024
18:35

O Fórum das Famílias, a principal associação de familiares dos reféns detidos em Gaza, apelou hoje ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que chegue a um acordo com o Hamas para a libertação dos sequestrados.

“Pedimos ao primeiro-ministro israelita que dê à equipa de negociação toda a autoridade para chegar a este acordo. O tempo está a esgotar-se para os reféns”, defendeu o Fórum, em comunicado de imprensa, após o anúncio de novas conversações com vista a uma trégua, no fim de semana em Doha.

A organização instou ainda “os líderes internacionais a exercerem a máxima pressão sobre o Hamas para que aceite este acordo e ponha fim à catástrofe humanitária”, no mesmo dia em que foi divulgada uma carta aberta assinada por cerca de dois mil israelitas pedindo à comunidade internacional que exerça “pressão global” sobre Israel para forçar um cessar-fogo imediato.

Incluindo o apoio da cantora Achinoam Nini (Noa) e da professora de Direito internacional e direitos humanos Neve Gordon, a carta dos residentes em Israel e no estrangeiro apelaram às Nações Unidas, aos Estados Unidos, à União Europeia, à Liga dos Estados Árabes e a todos os Estados para que intervenham imediatamente e apliquem “todas as sanções possíveis” para conseguir um cessar-fogo imediato.

“Muitos de nós somos ativistas veteranos contra a ocupação, pela paz e pela existência mútua nesta terra. Somos motivados pelo nosso amor pela terra e pelos seus habitantes, e estamos preocupados com o seu futuro”, lê-se na carta, enviada em 11 línguas e noticiada pelo jornal Guardian.

Os signatários manifestaram-se “horrorizados com os crimes de guerra cometidos pelo Hamas e outras organizações no dia 07 de outubro”.

“E estamos horrorizados com os inúmeros crimes de guerra que Israel está a cometer”, acrescentaram os signatários, lamentando que a “maioria dos israelitas” apoie a continuação da guerra e dos “massacres”.

Também criticaram que o Israel esteja “num caminho suicida” e que semeie “destruição e devastação que aumenta de dia para dia” e do que apelidaram ser o abandono de reféns e o silenciamento dos cidadãos palestinianos de Israel.

Israel já confirmou que enviará este fim de semana o líder dos serviços secretos, Mossad, David Barnea, a Doha para retomar as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns.

Além de Barnea, as conversações incluirão o novo chefe dos serviços secretos egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, possivelmente o responsável dos serviços secretos norte-americanos da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, o interlocutor do grupo islamita palestiniano, uma vez que o Hamas não está diretamente envolvido.

Em conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Al-Thani anunciou hoje, em Doha, terem sido retomados os contactos com o Hamas após a morte, há uma semana, do seu líder máximo, Yahya Sinouar.

O responsável tinha também referido que “uma equipa de negociadores norte-americanos virá a Doha juntamente com uma equipa de negociadores israelitas e discutirão a forma de fazer avançar estas negociações”.

Blinken tinha afirmado, por seu lado, esperar que os negociadores se reunissem nos próximos dias para tentar alcançar uma trégua em Gaza, apelando mais uma vez a Israel e ao Hamas para que cheguem a um acordo.

Desde uma breve trégua, há 11 meses, durante a qual foram libertadas dezenas de reféns detidos na Faixa de Gaza, as sucessivas rondas de negociações sobre Gaza não tiveram quaisquer resultados.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250.

A guerra, que hoje entrou no 384.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 42.847 mortos (quase 2% da população)e mais de 100 mil feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

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