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Médio Oriente: Pelo menos 18 instalações médicas no Líbano atacadas por Israel

Data de publicação
11 Outubro 2024
12:35

Pelo menos 18 instalações médicas no Líbano foram atacadas por Israel desde 17 de setembro, dia em que começou um conflito armado aberto entre os dois países, denunciou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O número corresponde aos ataques que a organização de saúde conseguiu “verificar” e nos quais morreram 72 pessoas, ficando dezenas de outras feridas, incluindo vários membros da OMS, disse o porta-voz Christian Lindmeier, em Genebra.

Desde o início da guerra em Gaza, há um ano – conflito que, logo desde o início, teve repercussões no Líbano com hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah -, os bombardeamentos israelitas afetaram um total de 34 instalações de saúde, limitando o acesso a serviços essenciais, acrescentou o porta-voz.

Christian Lindmeier especificou que alguns dos serviços afetados são a traumatologia (mais importante do que nunca tendo em conta o elevado número de feridos de guerra), a saúde maternoinfantil e o tratamento de doenças crónicas, como cancro, além das vacinações de rotina.

Esta situação aumenta consideravelmente o risco de propagação de doenças infecciosas, alertou.

Sobre a situação no Líbano, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou, em Genebra, que são constantes os relatos de ataques contra hospitais e outros centros de saúde, ambulâncias e escolas que a sua organização recebe.

Insistiu que todas as partes neste conflito têm a obrigação de proteger os civis de acordo com as normas humanitárias internacionais e lembrou que qualquer aparente violação destas regras deve ser investigada e os responsáveis devem ser punidos pelas suas ações.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, entre os mais de 2.000 mortos no Líbano devido aos bombardeamentos israelitas há pelo menos 400 crianças e mulheres.

A OMS já tinha denunciado hoje as dificuldades impostas por Israel à passagem de duas missões da organização para o norte da Faixa de Gaza, pedindo respeito pelas operações humanitárias, já que a região “quase não tem serviços de saúde”.

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou, na rede social X, que uma equipa da OMS não conseguiu realizar a retirada médica de doentes em estado crítico de três hospitais da zona “devido a atrasos de até 10 horas nos postos de controlo”.

“A missão do Hospital Al Sahaba de entregar combustível, bolsas de sangue e material médico foi rejeitada em duas ocasiões”, criticou, referindo que já foram “rejeitadas ou impedidas” sete missões da OMS no norte de Gaza.

Por isso, a organização de saúde apelou a Israel para que “deixe de emitir ordens de evacuação” e “proteja os hospitais” da zona, além de “trabalhar para um cessar-fogo”.

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