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Paris comemora 80 anos da libertação, Macron celebra uma França que ultrapassa divisões

Data de publicação
25 Agosto 2024
21:44

Paris celebrou hoje o 80.º aniversário da sua libertação da ocupação alemã com missa, cortejo e homenagens, exaltando o Presidente francês, Emmanuel Macron, as virtudes de uma França capaz de formar uma “grande aliança” que ultrapassa divisões.

O ponto alto de cinco dias de celebrações foi uma cerimónia oficial realizada hoje à tarde na Place Denfert-Rochereau, um local altamente simbólico no sul da capital, conquistado pela Segunda Divisão Blindada do General Leclerc - a 2.ª DB – a 25 de agosto de 1944.

Após mais de 1.500 dias de ocupação e uma semana de greves, barricadas e batalhas de rua travadas pela Resistência, Paris foi libertada, mais de oito meses antes do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.

“Paris foi libertada por todos aqueles que partilhavam uma certa ideia de França. Todos diferentes, porque provinham de cem origens diferentes, portadores de mil contradições, mas unidos numa grande aliança, unidos por um único credo”, sublinhou Macron no seu discurso.

“Acima de todas as divisões, todas as contradições, ser francês é estar-se junto. Livres, leais aos grandes feitos e determinados a continuar a fazê-los em conjunto”, prosseguiu o chefe de Estado.

Os convidados presentes na cerimónia puderam assistir a um apelo aos partidos políticos franceses para que formem também eles uma aliança, uma coligação, sete semanas após as eleições legislativas que não resultaram numa maioria clara.

Por sua vez, a presidente da câmara de Paris, a socialista Anne Hidalgo, sublinhou que a celebração da libertação da capital é “mais que uma simples comemoração”: trata-se, na sua opinião, de pôr em evidência um “património vivo, feito de pessoas e de atos salutares, que deve recordar-nos constantemente o preço da luta pela liberdade”.

Entre as cerca de 1.200 pessoas convidadas, encontravam-se descendentes de combatentes, oficiais estrangeiros e dirigentes políticos, entre os quais o primeiro-ministro, Gabriel Attal, vários membros do seu Governo demissionário e os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado.

A atriz norte-americana Jodie Foster e o ator francês Birane Ba leram textos que recordaram esses dias decisivos do verão de 1944; o coro do Exército francês entoou os comoventes cânticos da Resistência Francesa e também o alegre refrão do filme de René Clément “Paris brûle-t-il? (Paris está a arder?)”, de 1966.

Uma passagem dos aviões da Patrulha de França no céu parisiense concluiu a cerimónia, exatamente no momento em que soavam os últimos acordes do hino nacional, A Marselhesa.

Ao início da tarde, veículos militares antigos, em particular jipes, juntaram-se na praça, sob os aplausos de uma multidão que agitava pequenas bandeiras tricolores no seu trajeto, um dos percorridos pela 2.ª DB há 80 anos.

No sábado, foi prestada homenagem aos 160 homens de “la Nueve” - a 9.ª companhia do regimento de infantaria do Chade, maioritariamente composta por republicanos espanhóis -, os primeiros a entrar em Paris, na noite de 24 de agosto de 1944.

Eles desempenharam um papel ativo na libertação da capital francesa, como parte da “coluna Dronne”, a vanguarda da 2.ª DB, mas foi preciso esperar até aos anos 2000 para que a sua importância fosse plenamente reconhecida e celebrada.

Anne Hidalgo, nascida em Espanha e com dupla nacionalidade – espanhola e francesa -, prestou hoje homenagem a esses “republicanos procedentes de Espanha” que “demonstram que a condição humana não conhece quaisquer fronteiras”.

Fanfarras, um concerto, a projeção de um filme comemorativo e um baile popular animaram o serão de sábado no largo em frente à Câmara Municipal de Paris.

Às 21:00 (20:00 de Lisboa), tocaram os sinos das igrejas católicas de Paris, como a 24 de agosto de 1944, para saudar a entrada dos primeiros soldados da 2ª Divisão Blindada na cidade.

O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, presidiu também a uma missa por ocasião do 80.º aniversário da Libertação, hoje de manhã, na igreja de Saint-Germain-l’Auxerrois, perto do museu do Louvre, a sua catedral substituta até ser concluído o restauro de Notre-Dame, parcialmente destruída por um incêndio em 2019.

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