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Rússia relaciona ação terrorista em Moscovo com ataques fronteiriços ucranianos

Data de publicação
01 Abril 2024
15:24

O serviço de espionagem da Rússia (SVR, na sigla em russo) relacionou hoje os recentes ataques fronteiriços ucranianos com o atentado à sala de concertos nos arredores de Moscovo, em que morreram 144 pessoas.

“O regime de Kiev tem travado há muito tempo uma guerra terrorista em toda a extensão contra o nosso país, algo que os seus representantes admitem abertamente”, afirmou o SVR num comunicado.

A posição ucraniana é a prova de que o atentado de 22 de março em Moscovo está relacionado com os ataques a regiões como Kursk e Belgorod, segundo o SVR, citado pela agência espanhola EFE.

Os dois países estão em guerra desde fevereiro de 2022, quando tropas russas invadiram a Ucrânia.

O SVR denunciou também que nas ações contra território russo, Kiev utiliza ativamente informações por satélite fornecidas pela inteligência norte-americana.

“É óbvio que os Estados Unidos, ao absolver o regime de Kiev e fornecer-lhe assistência, correm o risco de serem suspeitos de envolvimento no terrorismo internacional”, afirmou.

O SVR denunciou igualmente o que descreveu como uma campanha de desinformação ocidental para assegurar que a Rússia “está na mira” do Estado Islâmico.

Para essa ligação, o SVR referiu a guerra na Chechénia, o apoio da Rússia ao líder sírio, Bashar al-Assad, e os contactos com os talibãs.

Os Estados Unidos, segundo o SVR, estariam a tentar promover entre os seus aliados a hipótese da participação do Estado Islâmico da Província do Khorasan (ISPK, na sigla em inglês) no atentado de Moscovo.

O objetivo seria eliminar “qualquer suspeita” sobre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu círculo.

“O SVR informa que a Administração de Joe Biden intensificou os esforços para criar uma imagem distorcida do ataque terrorista cometido em 22 de março na Rússia”, segundo o comunicado.

O Comité de Investigação russo anunciou hoje que investigará a possível implicação dos Estados Unidos, Ucrânia e outros países ocidentais na organização, financiamento e comissão de atentados terroristas contra a Rússia.

Moscovo admitiu que o atentado foi feito por um grupo de islamitas de origem tajique, mas tem insistido em procurar uma “pegada ucraniana”.

Afirmou mesmo ter provas do financiamento dos terroristas por parte de Kiev, uma afirmação que Zelensky negou categoricamente.

O Servico Federal de Segurança (FSB) anunciou hoje que um estrangeiro detido no Daguestão, no norte do Cáucaso russo, confessou ter fornecido as armas usadas no ataque de 22 de março.

“Eu levei as armas para aqueles rapazes que atacaram o Crocus City Hall em Moscovo. Levei-as de Makhatchkala [capital do Daguestão] para Mitishi”, nos subúrbios da capital russa, admitiu o detido num vídeo divulgado pelo FSB.

As imagens foram divulgadas depois de o FSB ter declarado que quatro estrangeiros detidos no Daguestão compraram e forneceram armas aos atacantes.

Segundo o FSB, os detidos, que faziam parte de uma célula terrorista, planeavam um ataque na cidade de Kaspiisk, nas margens do Mar Cáspio, no Daguestão.

“Queríamos detonar uma bomba no meio de uma multidão”, disse um dos detidos.

O FSB não revelou a identidade dos quatro estrangeiros, segundo a agência espanhola Europa Press.

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