O Rei espanhol considerou que é preciso compreender “a raiva e a frustração” expressas pelas pessoas durante a sua visita de hoje, juntamente com os presidentes do Governo e da Generalitat, a Paiporta, uma das zonas devastadas pelas inundações.
De acordo com informação oficial divulgada na rede social X, Felipe VI falava no Centro de Emergência da Generalitat Valenciana, em L’Eliana (Valência), onde dirigiu algumas palavras de agradecimento aos seus trabalhadores, depois de ter sido transferido, juntamente com Pedro Sánchez e Carlos Mazón, para estas instalações na sequência da receção de que que foram alvo, com apupos e insultos, em Paiporta.
Acompanhado pela rainha Letizia, o rei dirigiu-se aos membros do centro de emergência, onde estão presentes todas as instituições, organizações e forças que intervêm neste “desastre monumental que afetou tantas vidas e tantos modos de vida”, disse, numa referência às consequências do fenómeno meteorológico da passada terça-feira que provocou chuvas torrenciais e inundações, que resultaram em mais de duas centenas de mortos, dezenas de desaparecidos e avultados prejuízos na região.
“A estas pessoas devemos dar-lhes esperança, atender a emergência, mas também garantir que o Estado em toda a sua plenitude está presente”, sublinhou o monarca, que também se manifestou convencido de que a situação “cada dia” vai no sentido de melhorar.
“Não é especulativo, creio que os meio vão crescendo e a eficácia também vai crescendo”, sublinhou.
O rei transmitiu a importância do que está a ser feito pelas tropas “cada hora, cada minuto, desde que ocorreu a emergência”, sublinhando que o importante é que “as pessoas percebam que os mecanismos do Estado nos diferentes níveis estão a trabalhar”.
Agradeceu a “enorme contribuição de pessoas de todos os tipos”, embora tenha reconhecido que “organizá-lo, geri-lo não é fácil”.
“Obrigado pelo esforço. Sei que são dias cansativos, que não há horas, não há minutos e há muita necessidade para atender. Ânimo, em frente”, concluiu.
Felipe VI foi recebido com apupos e insultos pela população de Paiporta, uma das zonas da comunidade valenciana mais afetadas pelas inundações, tendo sido também atingido com lama.
Gritos de “fora daqui” e arremesso de lama, acolheram a comitiva dos reis de Espanha, do Presidente do Governo, Pedro Sánchez, e do Presidente da Generalitat de Valência, Carlos Mazón, à sua chegada ao centro de Paiporta.
Muitas pessoas indignadas receberam a comitiva com insultos e confrontaram-nos, enquanto o rei e a rainha tentaram conversar com os jovens que os abordaram.
Felipe e Letizia, acompanhados por Pedro Sánchez, pelo Presidente da Generalitat, Carlos Mazón, e pela delegada do Governo na Comunidade Valenciana, Pilar Bernabé, estiveram pouco depois no posto de comando avançado instalado em Paiporta, uma das localidades mais atingidas pela intempérie, que já fez 217 mortos, continuando várias dezenas de pessoas desaparecidas, segundo o mais recente balanço.
Na terça-feira, várias regiões de Espanha, entre as quais a Comunidade Valenciana, estiveram sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA (DINA em português), que provocou chuvas torrenciais, inundações e avultados prejuízos.
Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes. Nas zonas afetadas estão mais de 7.000 militares e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil.