E sobre habilidades, os socialistas são efetivamente uns estrategas estratégicos. Uns estrategas estratégicos que colocam acima de qualquer interesse coletivo regional o seu interesse partidário individual, ao serviço de uma eternamente falhada conquista de poder por poder. Assim, passaram parte da pandemia a gratuitamente acusar a governação regional de ausência de estratégia para o turismo. Ridicularizaram a orientação de promover a região enquanto destino seguro e de confiança. Subestimaram a importância de continuar a comunicar e a promover a marca Madeira, mesmo que tão tua e tão nossa. Desvalorizaram o caminho de perseguir novas rotas com a Europa e o mundo e de incentivar a entrada de novas companhias nas linhas com Portugal continental. Ouvi-o todas as semanas, de viva voz, pelo atual presidente dos socialistas locais e outros seus pares. Não me contaram! Ouvi e presenciei! Para além da acusação de falta de estratégia, assumiam-se eles sim como os magos estratégicos detentores da sábia poção turística para o sector.

Estas últimas semanas, estes magos estratégicos turísticos estão desolados. Beberam e consumiram-se com a sua própria poção. O INE, para seu desespero entidade nacional, e a DREM apresentam indicadores que demonstram a região a bater recordes turísticos absolutos em toda a linha, mesmo em comparação com destinos concorrenciais e homólogos. Um desastre! Um desastre para eles que rejubilam cada vez que um indicador económico e social regional menos positivo surge publicamente.

Não tenho a veleidade de pensar ou afirmar que os atuais indicadores turísticos são exclusiva responsabilidade da governação regional. Todavia, parece-me inequívoco que a estratégia desenhada pelo Governo Regional para o sector do turismo está a dar frutos e a revelar-se acertada. Uma estratégia desenhada e concertada com os privados, aqueles que são os mais importantes parceiros para quem governa. Aliás, a resposta dada à mobilidade aérea é mesmo apontada pelos privados como um dos principais fatores para o sucesso e dinâmica presente, que chega a todos os concelhos da RAM, às unidades turísticas, ao turismo rural, ao alojamento local, às empresas de animação e ao comércio em geral.

Mas não estamos satisfeitos nem descansados. Continuamos a trabalhar e a olhar o futuro para cumprirmos no rumo certo. Importa ter um bom inverno. Importa sedimentar rotas e cuidar do destino. Cuidar do nosso destino naquilo que nos distingue e na qualidade e asseio do mesmo. E aqui todos somos precisos. Urge trazer mais navios de cruzeiros e tornar o nosso porto cada vez mais atlântico no mundo. Urge melhorar as condições de operacionalidade do aeroporto para, em momentos de contingência, ter o Porto Santo preparado para receber e rapidamente transportar.

Não somos magos ego-estratégicos. Temos a humildade de em conjunto com o sector irmos redesenhando uma estratégia, em nome do desenvolvimento económico regional, da qualidade de vida coletiva e do bem-estar social, sem tentações por hábeis projetos partidários.

P.S. E por habilidades político-turísticas partidárias?! O cafofiano voo Caracas - Funchal sempre aterra amanhã? Espero que sim. E se não for amanhã que seja em setembro, já que a TAP, consumidora dos nossos impostos, esquece-se das nossas comunidades!