Um facto interessante, é o de Karl Albert Abarth conhecer a família do notável Ferdinand Porsche, criando laços para toda a sua vida. Que se reveste de especial importância, em vários projectos ligados aos automóveis, dos quais fará parte.
Ainda antes da II Guerra Mundial, em 1934, Karl fixa a sua residência permanente em Itália. Neste mesmo ano, contrai matrimónio com a secretária do homem apelidado de Anton Piech, que por sua vez é casado com Louise Porsche, filha do grande Ferdinand Porsche - pai do KDF, mais tarde apelidado de Volkswagen e de tantos outros projetos - e, irmã de Ferry Porsche, pai do 356.
Em 1939 a Europa entra em guerra - um pouco à imagem do que ocorre, infelizmente, nos dias de hoje. Nesta época, Karl tem um acidente grave - quase fatal - enquanto competia de moto na Jugoslávia, que o deixa confinado à cama de um hospital, por mais de um ano, terminando com a sua carreira enquanto piloto. Acaba por permanecer, neste país de leste, durante toda a guerra - colaborando numa fábrica onde se produziam motores a querosene - o combustível utilizado nos aviões.
Por pitada de uma fina ironia - como tantas vezes, é rica, a História universal - a sua carreira de piloto, chegava desta forma inglória, ao fim, mas o seu legado na indústria automóvel só agora tinha início...
Após o fim da II Guerra Mundial, Carlo torna à italiana Merano - terra dos seus ascendentes paternos. O imparável Carlo conhece - além da família Porsche - o inolvidável e histórico piloto transalpino Tazio Nuvolari, desde a época das corridas de moto, onde foi seu adversário. O bravo Tazio, notável piloto e famoso pelas suas vitórias - algumas em situações quase inimagináveis - como a corrida em que corre com uma perna partida...
Entre as saborosas e típicas pizzas e o bom vinho Lambrusco, Abarth em equipa com Nuvolari, o também austríaco Rudolf Hruska e Piero Dusio fundam a "Compagnia Industriale Sportiva Italia" - CIS Italia, mais tarde apelidada de Cisitalia, de certa forma a sucursal italiana da empresa "Porsche Konstruktionen". Desta cooperação nasce o bólide de Grande Prémio: "Cisitalia tipo 360 de F1" (projecto designado de Porsche 360), que teve vida curta, terminando em 1949, quando da ida de Dusio para a Argentina - país onde este modelo Cisitalia de GP também permanece por largos anos.
Na esfera da sua vida privada, Abarth casa, por segunda vez, com Nadina Abarth-Zerjav no mesmo ano e, com quem partilha a vida, no norte de Itália, até 1966.
De quem se divorcia em 1979. Escassas semanas antes da morte de Abarth, este casa pela terceira vez, com Anneliese Abarth. [cont.]