Calha este escrito no dia em que tomo posse como Deputada à Assembleia Legislativa Regional pelo CDS-PP. Foram anos extenuantes, em 2016 na presidência do Dr. Lopes da Fonseca, assumi a concelhia da Ponta do Sol e com ela, um grupo dedicado, amigo e maravilhoso, numa experiência autárquica irrepetível que desembocou numa vereação na Câmara Municipal e sobretudo na mudança do paradigma, aquele em que as mulheres começaram a se fazer notar, naturalmente, como seres Humanos políticos, como os outros.
Seguiram-se dois anos de lua de mel e cinco de lua de fel.
Com o regresso de José Manuel Rodrigues sou convidada a voltar a onde já tinha sido muito feliz, aceitei sem hesitar, a política é um bichinho que, quem a vive em pleno, sabe não ser fácil abandonar. O convite para número dois à lista do cargo que hoje assumo foi honroso e trabalhoso, a eleição devo-a ao meu presidente, à Juventude Popular que já em 2019 foram os únicos a me dar a mão, após o abandono da então, liderança e a todos os que embarcaram na minha campanha alternativa: Jéssica, Marco, Duarte, Carolina, Beto, Nuno, o meu filho, Maurício, Sandra, Joana, Judite (mais conhecida por: Judite! Judite!) os pombos, Barnabé, o coelho e todos os seres vivos e inertes. Os vernizes são da Essie e da Mavala, se quiserem adquirir, não ganho comissão!
A minha decisão de ousar sair da caixa levou-me ao programa de comédia mais visto de Portugal, vergonha? Direi, honra! Obrigada a todos os que viram, que gostaram, que não gostaram, que gozaram e até aos que ofenderam, graças a vós o CDS voltou ao mapa e à Assembleia, em pleno, em nome próprio! Pelos madeirenses.
Quando, aos 19 anos fui apresentada àquele que viria a ser meu sogro ouvi: “Melhor se fosse filha dum Secretário ou Deputado, mas é o que se arranja”. Passava ali, em execução sumária, de princesa da Ponta do Sol a arlequim da Ribeira Brava. Então e agora? Estamos conversados? Ou o sapo cresceu demais?
Obrigada, Rafael, pela genuína alegria da noite eleitoral.
Hoje tomo posso como Deputada, por muito ou pouco tempo, com o anel da minha avó no dedo, as contas do Amor da D. Agostinha e um terço no bolso. A todos peço a bênção e a ajuda celestial.