MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

7/03/2021 08:00

Este instrumento irá incluir informações como: se uma pessoa já foi vacinada, os resultados de testes de diagnóstico COVID-19 caso ainda não tenha sido vacinado e sobre a recuperação de doença por COVID-19. Com a garantia de proteção de dados, segurança e privacidade de todo o processo. O Passe Verde Digital visa facilitar a vida dos cidadãos europeus, com o objetivo de permitir a mobilidade na União ou fora desta, para efeitos de trabalho ou turismo.

Uma medida há muito já reivindicada pelos diferentes agentes do setor do turismo e por alguns chefes de Estado da União Europeia.

Este é um instrumento importante, que por um lado permite uma retoma da economia e do turismo, e por outro pretende garantir a mobilidade com todas as condições de segurança, e a garantia de que a pandemia continua controlada.

Mas desde a altura em que o êxito da descoberta das vacinas contra a COVID-19 se tornou uma realidade que estas reivindicações por um instrumento de controlo semelhante têm vindo a aumentar. Aqui, pede-se muita cautela. Porque o processo científico não pode, nem deve, ser apressado. E apesar de um ano volvido, de uma cada vez mais gritante fadiga pandémica por parte de todos, ainda há muitas características deste vírus e desta doença que não são conhecidas.

Por exemplo, sabemos que as vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) são largamente eficazes em prevenir as formas mais graves de doença por COVID-19. O que ainda não sabemos é se um indivíduo vacinado poderá transmitir o vírus. O ser humano é o vetor deste vírus, ou seja, é quem o transporta de um lado para outro. Apesar de já estar imunizado, o indivíduo vacinado pode transportar o vírus na nasofaringe e transmiti-lo às populações ainda vulneráveis.

Vejamos o seguinte exemplo: um turista ao chegar à nossa bela ilha, e que já tenha cumprido todo o processo de vacinação, tem obrigatoriamente de seguir todas as regras de distanciamento, higiene e segurança para que não infecte nenhuma das pessoas com quem entre em contacto durante a sua estadia.

Este exemplo serve para ilustrar a importância de utilizarmos as máscaras de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde e da Direção Regional da Saúde, de realizarmos a correta higienização das mãos com frequência e de mantermos o distanciamento físico.

O Passe Verde Digital não irá substituir nenhuma das outras medidas de combate à pandemia em vigor, mas sim complementá-las. Pois só quando atingirmos a imunidade de grupo, ao termos uma grande parte da população vacinada, aí e somente aí, é que a circulação do vírus entre nós irá diminuir, dado que não haverão tantas pessoas susceptíveis a serem infectadas.

Sabemos que a vacina reduz a capacidade de transmissão do vírus, mas ao não sabermos até quanto esta capacidade de transmissão é reduzida de forma a não provocar doença, toda a cautela é pouca.

Sou uma acérrima defensora de política baseada em evidência, e estas medidas, com o poder prospectivo de serem autênticos balões de oxigênio, têm de ser aplicadas de acordo com a maior e melhor evidência científica até à data, sob risco de provocar uma falsa sensação de segurança para todos. Este pandemia apenas irá ser ultrapassada sob premissa do princípio de precaução, sob pena de voltarmos à estaca zero.

Sara Cerdas escreve
ao domingo, de 4 em 4 semanas

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