“A luta não acabou no dia 1. Enganem-se os patrões e o Governo”. A garantia foi deixada hoje por Adolfo Freitas, presidente dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Alimentação, Serviços e Similares da RAM, que prevê – ainda sem datas concretas – a realização de futuras concentrações à porta de hotéis, entidades oficias e da ACIF, além da distribuição de comunicados dirigidos aos turistas que denunciem o “ataque dos patrões aos trabalhadores” do setor.
O sindicalista falou ao JM após a reunião da direção do sindicato, que acontece habitualmente de 15 em 15 dias, onde foi feito um balanço à greve que decorreu entre dia 30 de novembro e dia 1 de janeiro. Contudo, e depois de Eric Schumann, presidente da Mesa da Hotelaria da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF-CCIM), ter dito na semana passada à Lusa que a greve teve pouca adesão, o sindicato continua sem divulgar os dados.
“Não temos números, nem andamos atrás de números. Andamos, sim, na luta para melhorar os salários dos trabalhadores”, justificou Adolfo Freiras.
Recorde-se que em causa está o aumento salarial de 5,5% para 2025 proposto pela Mesa da Hotelaria da ACIF-CCIM, que representa os empresários, valor acima da taxa de inflação prevista e que garante um acréscimo mínimo de 53 euros. Ora, o sindicato considerou esta uma proposta “irrisória”, especialmente num ano em que o setor teve um forte crescimento, defendendo um aumento salarial mínimo de 75 euros.
Adolfo Freitas teceu ainda críticas às entidades patronais por não estarem a ser “sensíveis” à situação e ao executivo regional por ser “conivente”.
“Lamentamos que, da parte do Governo Regional, que andou o ano de 2024 a aplaudir a sua política de turismo e que não tivesse tido uma palavra de apresso para os trabalhadores”, rematou.