Paulo Cafôfo, líder parlamentar do PS, fez uma declaração política no parlamento madeirense para acusar o governo regional de estar a “arrastar os pés” com os processos na justiça e com a gestão dos incêndios de agosto na Madeira.
Considerou ainda que o presidente do governo regional recusa-se a responder à justiça, para além da “gestão desastrosa” dos fogos que atingiram a ilha, afirmando que o PS pediu a criação da comissão de inquérito sobre as responsabilidades políticas.
O socialista afirmou ainda que o governo não protege a natureza, quer construir teleféricos, licencia festas no Fanal, entre outros exemplos.
Nos pedidos de esclarecimento, Vitor Freitas aproveitou para dizer que a opinião de Miguel Albuquerque de que os processos que têm surgido na justiça se devem a denúncias anónimas, para assumir que as denúncias do PS não são anónimas.
Miguel Castro, do Chega, reconheceu “algumas verdades” nas afirmações de Cafôfo, mas criticou a constituição de uma comissão em Lisboa para apurar as responsabilidades dos incêndios na Madeira, ferindo dessa forma a autonomia regional.
O líder parlamentar do PS refutou, explicando que o objetivo da comissão proposta pelos deputados do PS Madeira no parlamento nacional visa apurar responsabilidades relativamente à coordenação dos meios de apoio ao combate de incêndios entre os dois governos, havendo o propósito de ouvir a ministra da Administração Interna.
Élvio Sousa, do JPP, voltou a acusar o PS por ter solicitado a constituição de uma comissão de inquérito quando o JPP já tinha garantido a presença de responsáveis regionais na comissão parlamentar especializada de Saúde e Poteção Civil.
Paulo Cafôfo assegurou que a decisão do PS “não é vingança contra ninguém”, mas porque, por questões de regimento, a comissão de inquérito tem maior abrangência. “Nós queremos ir até às últimas instâncias, até ao Ministério Público se houver caso para tal”.