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Chega acusa “ambientalismo selvagem” de estar “a matar” o setor das pescas

Data de publicação
20 Agosto 2024
14:22

Francisco Gomes, deputado madeirense do Chega na Assembleia da República, acredita que “o ambientalismo radical” e os partidos que “o assumem como mantra político” estão a contribuir “para a destruição da indústria pesqueira”. As declarações foram feitas após uma reunião com o diretor regional das pescas.

Na opinião do parlamentar, “as obsessões de muitos ambientalistas”, bem como o que entende ser “o seu desrespeito pela vida humana”, estão “a coagir as decisões que têm vindo a ser feitas pela União Europeia, causando enormes prejuízos a regiões insulares como a Madeira, onde, há seculos, é praticada uma pesca artesanal e responsável”.

“A agenda ambientalista e as suas contrariedades ridículas tomaram raiz em Bruxelas e estão a corromper os processos de decisão. Estamos a falar de pessoas que abraçam as árvores, falam com os pássaros, mas defendem o aborto livre. Ou seja, gente que não tem qualquer respeito pela vida humana e que, agora, tece considerações sobre tudo, incluindo a vida de comunidades piscatórias com séculos de tradições no mar”, expressa.

O deputado do Chega aponta para situações específicas em que a vida dos pescadores madeirenses “está a ser prejudicada” pelo que vê como “ambientalismo fundamentalista”, nomeadamente as restrições às quotas pesqueiras e os bloqueios à renovação da frota da espada. Para Francisco Gomes, a resolução destes problemas “agrava-se porque os decisores europeus estão a ser negativamente influenciados por uma agenda ambientalista que classifica de ‘perversa’ e que desconhece os métodos de pesca usados na Madeira e noutras regiões ultraperiféricas”.

“A Madeira quer que lhe seja autorizada a renovação de barcos de espada entre os 18 e os 24 metros, dotando-os de higiene, armazenamento e habitabilidade. São embarcações com mais de 30 anos. Neste momento, os pescadores passam até 15 dias no mar, a dormir em gavetas, sem condições, enfrentando riscos e a União Europeia não consegue perceber que isto está mal”, acrescenta.

A juntar a isto, o deputado do CHEGA sublinha o que interpreta ser as “incoerências na política europeia quanto às quotas”, dizendo que “quem sai beneficiado são os países que mais comprometem os meios marinhos, pois praticam um estilo de pesca indiscriminada, que destrói os recursos”.

“A Europa prefere deixar na miséria pescadores que usam técnicas ancestrais e que não prejudicam o mar, como os nossos pescadores do atum, e beneficiar os grandes armadores de países como Espanha e França, que fazem uma pesca predadora e apanham mais numa semana do que a quota inteira de certos países. Isto é uma hipocrisia!”, aponta.

A concluir, Francisco Gomes insiste nas soluções que já foram apresentadas pelo Chega na Assembleia da República, afirmando que as mesmas “reforçam os interesses regionais” e pedindo o apoio dos demais partidos com representação parlamentar.

“O projeto de resolução que já apresentámos recomenda ao governo da República que exija quotas específicas para as regiões ultraperiféricas, que lute pelo alargamento das quotas existentes e que negoceie a troca de quotas com outros estados que possam ter mais quota em espécies que nos interessam. Mais importante do que quem apresentou o projeto é que o mesmo ande para a frente e é isso que pedimos aos demais partidos, ou seja, que apoiem a Madeira!”, remata.

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