A Câmara Municipal do Funchal apresentou, esta tarde, a proposta do Plano Diretor de Iluminação do Concelho, criado agora pela autarquia.
Bruno Pereira explicou que este instrumento surge da necessidade não só de uma melhor eficiência energética como também da proteção da biodiversidade.
Na apresentação pública, na qual participaram vários elementos da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, PSP, presidentes de juntas de freguesia, entre outras entidades, o vice-presidente do município explicou que a proposta do PDIC foi elaborada com o objetivo de atualizar a iluminação da cidade, com um sistema moderno, eficiente e amigo das aves.
Serão substituídos os atuais equipamentos por mais modernos e por LED, visando uma maior sustentabilidade, com poupança financeira para o município e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e proteção da biodiversidade.
A proposta do PDIC, que contou com vários parceiros, como a AREAM, a SPEA e a EEM, e hoje apresentada publicamente vai a reunião de câmara de amanhã para aprovação.
”Acredito que podemos maximizar mais esta parceria”, vincou Bruno Pereira, reforçando a questão da poupança energética.
O autarca apontou as vantagens económicas e de sustentabilidade, já que o novo sistema de iluminação gasta menos energia.
O vice-presidente da CMF disse ainda que este é um instrumento orientador para a cidade, financiado pelo projeto europeu Life Natura@night, coordenado pela SPEA e dedicado à sustentabilidade ambiental, e sem custos para o município.
Até ao fim do projeto, em 2026, será criado um regulamento de caráter obrigatório ao nível de licenciamentos de novos negócios no Funchal.
Cátia Gouveia, coordenadora do projeto e responsável pela SPEA na Região, destacou a importância do PDIC dado o aumento da poluição luminosa na capital madeirense, em particular, e na Região, em que o SPEA tem mapeado o fenómeno. Desde 2009, a SPEA tem vindo a trabalhar com a Empresa de Eletricidade da Madeira no sentido se reduzir a poluição luminosa.
A responsável destacou que, com o projeto europeu, o objetivo é que mais concelhos criem um plano diretor, adiantando que com o a mudança nos sistemas de iluminação para sistemas mais eficientes representa uma poupança significativa na conta da energia.
Deu o exemplo de Santa Cruz, que implementou zonas de iluminação mais amiga das aves e com isso consegue poupar na ordem dos 400 mil euros por ano. Em inquéritos feitos pela SPEA junto dos cidadãos portugueses, 80% concorda com a mudança da iluminação nas cidades.
Santana, Funchal a e Câmara de Lobos são os concelhos piloto abrangidos pelo projeto Life e a avançar com os PDIC.