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JPP aplaude o parecer negativo ao estacionamento no Funchal, mas decisão “protege PSD de danos eleitorais”

Data de publicação
26 Setembro 2024
17:28

O Juntos Pelo Povo (JPP) desafiou esta quinta-feira a presidente da Câmara Municipal do Funchal a “enterrar de vez” o anunciado e polémico projeto de construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Município, depois do parecer negativo da Direção Regional de Cultura (DRC) conhecido esta tarde.

A autarca do Funchal tinha afirmado no início de Agosto que o estacionamento na Praça do Município era “uma falsa questão”, esclarecendo que apenas tinha “solicitado um estudo” à DRC, posição assumida na sequência de uma iniciativa do JPP, realizada naquele espaço nobre da cidade, para contestar, precisamente, a “teimosia” da Câmara do Funchal em levar o projeto por diante.

Cristina Pedra considerou o assunto “uma falsa questão”, mas há declarações públicas suas a confirmar que a Coligação PSD/CDS se tinha candidatado à CMF com um programa eleitoral “no qual foi apresentado uma ideia de desenvolver um parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Município”.

“Se não têm intenção de construir, então por que razão gastam dinheiro dos contribuintes em estudos para uma coisa que não pretendem fazer? – interpelou então o porta-voz da conferência de imprensa do JPP, o professor e historiador Emanuel Gaspar.

No dia seguinte ao “diz-que-não-disse” da presidente da principal Câmara da Região, o presidente do Governo Regional veio a público afirmar que “não via com bons olhos” o referido estacionamento, posição que antecipou a sentença de morte do projeto.

O parecer da DRC confirma as preocupações levantadas por Emanuel Gaspar. Ao tomar conhecimento da decisão, o historiador congratula a autarquia por voltar atrás “na intenção de construir o malfadado parque de estacionamento na Praça do Município”, desejando que o “assunto morra de vez”.

Emanuel Gaspar esclarece o que estava em causa: “A sua construção ponha em perigo os vários edifícios históricos classificados de Monumentos Nacionais que delimitam a icónica praça. Este local, que constitui a primeira praça da cidade, aberta nos inícios dos anos quarenta por dois dos mais importantes arquitetos portugueses, como o Francisco Caldeira Cabral e Raul Lino, é a sala de visitas da cidade e não se compreendida a sua desconfiguração paisagística”, sublinha, para acrescentar: “O JPP congratula-se com a decisão acertada do parecer da DRC e agradece à enorme contestação pública dos cidadãos que se opuseram à construção deste parque, a bem da defesa da memória e do património arquitetónico da cidade e da mobilidade.”

O secretário-geral do JPP diz que este “desfecho positivo para a cidade e o património” não pode, contudo, ficar sem uma leitura política. Élvio Sousa lembra que estamos a um ano das eleições autárquicas e Miguel Albuquerque percebeu “o prejuízo que vinha aí para o PSD se mantivesse o projeto vivo”.

O líder partidário considera que, após as declarações de Cristina Pedra, Albuquerque e o PSD tiveram de pensar “numa forma airosa de saírem disto sem implicações nas eleições no Funchal, no próximo ano”, pelo que, acrescenta, “depois da posição pública de Albuquerque, percebeu-se que o parecer da DRC seria negativo”.

Élvio Sousa nota que “não se trata de uma posição genuína” por entender que Albuquerque e o PSD “não têm nenhuma preocupação com a proteção e a preservação do património, e sobre isso o que não faltam são exemplos”.

Nesse sentido, considera importante referir que “o atual responsável pela DRC foi chefe de gabinete de Albuquerque até antes das eleições de 26 de Maio” e, conclui, que “em política o que parece é”.

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