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Mudanças técnicas em Benfica e Sporting podem animar mercado da I Liga

Data de publicação
30 Dezembro 2024
11:18

Sporting, FC Porto e Benfica devem ter escassa atividade na janela de transferências de inverno, mas as mudanças técnicas dos rivais lisboetas na primeira metade da época poderão agitá-la, considera o ex-futebolista Fernando Mendes.

“Quando há capacidade financeira, é normal que existam alguns ajustes nos plantéis. Há jogadores que vieram no verão, mas não estão a justificar [a aposta] e sairão, enquanto outros acabam por entrar. Agora, depende principalmente dos treinadores que chegaram.

Bruno Lage não começou a época no Benfica e o Rui Borges está a trabalhar há poucos dias com o Sporting. É normal que eles vejam algumas brechas [nas suas equipas] com o desenrolar do tempo e talvez venham reforços para certas zonas do terreno”, antecipou à agência Lusa o antigo defesa esquerdo dos três ‘grandes’ e atual comentador televisivo.

À entrada para a 17.ª jornada, e última da primeira volta, o campeão Sporting partilha a liderança da I Liga com o FC Porto, ambos com 40 pontos, dois sobre o Benfica, terceiro.

“O Benfica tem uma equipa feita, com jogadores que já jogam juntos há algum tempo. O Sporting também, excetuando algumas posições em que houve adaptações e as coisas deram certo até determinada altura. No FC Porto, depois daqueles problemas todos, as vitórias foram aparecendo e a equipa está a responder razoavelmente ao exigido”, disse.

Consciente de que “há sempre ajustes a fazer” a meio da temporada e o próprio mercado “assim também o exige”, Fernando Mendes admite a chegada de um novo lateral direito ao Benfica e ao Sporting, que requeria ainda de uma “solução mais válida” para a baliza.

“Os treinadores é que sabem o que podem fazer para melhorar as suas equipas. Existem sempre alvos, aos quais não se consegue chegar por vezes. Seja como for, tirando raras exceções, tem de haver uma saída para vir alguém. É o que sucede por norma. Só se os clubes estiveram bem financeiramente”, observou o ex-defesa do Sporting (1985-1989) e do Benfica (1989-1991 e 1992/93), ao serviço do qual foi campeão nacional em 1990/91.

Se cada rival lisboeta investiu acima dos 50 milhões de euros (ME) no verão, o FC Porto aproximou-se dos 40 ME na primeira janela de transferência da presidência de André Villas-Boas, apesar das restrições ditadas pelo regime de ‘fair play’ financeiro da UEFA.

Vencedor dos últimos três cetros do inédito ‘penta’ dos ‘dragões’, pelos quais alinhou de 1996 e 1999, Fernando Mendes vê chegar mais uma opção ofensiva à equipa de Vítor Bruno, o único treinador dos ‘grandes’ que continua em funções desde o início da época.

“Quem está a jogar e não me convence é o Nehuén Pérez. Não é mau jogador, mas há coisas a nível posicional que têm prejudicado o FC Porto muitas vezes. Para o valor que custou, não tem sido um substituto ideal em comparação com aqueles defesas centrais que o clube apresentou ao longo dos anos”, atirou, sentindo que o guarda-redes bósnio Vladan Kovacević, reforço adquirido a título definitivo pelo Sporting no verão, e o lateral direito burquinês Issa Kaboré, cedido ao Benfica, também têm frustrado as expectativas.

Pelo contrário, o ex-internacional português vinca o impacto gerado no FC Porto com a contratação do ponta de lança espanhol Samu, que tem 18 golos em 21 jogos, 13 dos quais na I Liga, cujo melhor marcador é o sueco Viktor Gyökeres, do Sporting, com 18.

As principais referências atacantes de ‘dragões’ e ‘leões’ encimam a lista dos jogadores mais valiosos da prova, de acordo com a mais recente atualização publicada em 19 de dezembro pelo portal germânico Transfermarkt, especializado em transações de futebol.

Melhor marcador do ano civil de 2024 a nível mundial, fruto de 62 tentos em 63 partidas entre clube e seleção, Gyökeres passou mesmo a ter o valor de mercado mais alto de sempre na I Liga, com 75 milhões de euros (ME), destronando o avançado internacional português João Félix, cotado em 70 ME em junho de 2019, quando pertencia ao Benfica.

“O Sporting pode ter muitas dificuldades em resistir à tentação de vendê-lo, mas isso vai depender da disponibilidade financeira dos interessados. Não sendo um jogador para a carteira de qualquer clube, temos de ver se aparecerá algum com a capacidade de fazer investimentos dessa natureza e com a necessidade de um ponta de lança”, reconheceu Gonçalo Tristão Santos, gestor de conteúdos do Transfermarkt, em declarações à Lusa.

Contratado no verão de 2023 ao Coventry, do segundo escalão inglês, por 20 ME fixos, Gyökeres tem uma cláusula de rescisão de 100 ME e está vinculado até junho de 2028.

“Ao contrário da época passada, já teve a montra da Liga dos Campeões e fez um ‘hat-trick’ ao Manchester City [na goleada caseira por 4-1, da quarta jornada da fase de liga]. Feitos e exibições destas colocam sempre estes jogadores na montra e nas bocas do mundo. Agora, acredito que só as propostas muito altas e completamente irrecusáveis poderão fazer os ‘grandes’ vender as suas principais figuras em janeiro. Não faz sentido privarem-se dos seus melhores jogadores já com a temporada em andamento”, indicou

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