Seis meses se passaram desde o dia em que as chamas consumiram tudo o que a família Fernandes construiu ao longo de uma vida. Tudo mudou no dia 7 de junho deste ano com um incêndio devastador que destruiu a casa, localizada no Campanário, na Ribeira Brava, onde viviam nove pessoas – entre as quais duas crianças e uma jovem. Antes, naquele espaço, ecoavam risos e se cultivavam sonhos, agora restam apenas destroços e silêncio. Ainda assim, o amor que une este agregado familiar permaneceu intacto, alimentando a força para se reerguer das cinzas e recomeçar.
Foi no terraço, cuja vista revela a entrada da habitação – hoje um esqueleto carbonizado – , que os Fernandes receberam o JM. Entre memórias dolorosas e várias lágrimas derramadas do princípio ao fim, aceitaram partilhar o momento que mudou as suas vidas para sempre.
Todos os dias, quando saem do anexo provisório onde estão a viver, são obrigados a passar pelo cenário que tanta dor lhes causa, enfrentando o ‘fantasma’ que os assombra. “Passamos todos os dias diante do que restou, com a esperança de a ver a casa recuperada. Custa muito ver isto”, começou por dizer Iyelice Fernandes, que se sentou na mesa ao lado do pai, José Fernandes. O patriarca esteve emigrado 43 anos na Venezuela e voltou há duas décadas com as filhas e a mulher que, entretanto, morreu em 2022.
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