Coronavírus

 Carla Ribeiro

Setenta por cento dos casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal têm origem na variante inglesa e a Madeira não foge à regra. As estimativas apontam para que 90 por cento dos casos, tanto cá, como lá, passem a ter origem nessa estirpe.

Aliás, foi por cá que se começaram a conhecer os primeiros casos, tendo em conta a circunstância de a Região ser um grande mercado recetor de turistas e emigrantes do Reino Unido. Já a 28 de dezembro do último ano, o presidente do Governo Regional dava conta terem sido detetados os primeiros casos desta nova estirpe, mais temida e mais mortal. Por esse facto, alertou que eram necessárias cautelas adicionais.

Foi com base no surgimento desta variante que o Governo Regional decidiu impedir comemorações de Natal e de fim de ano. Nessa altura, os números de novas infeções começaram a disparar na Região com a situação a chegar a preocupar as autoridades de saúde. No entanto, Miguel Albuquerque, por cada ato público que marcava presença, lembrava também que havia pessoas que não estavam a cumprir com as medidas restritivas de combate à pandemia.

É também de sublinhar que o índice de transmissibilidade (Rt) do novo coronavirus em Portugal subiu, ontem, para 0,91 e a incidência desceu para 77,6 novos casos de infeção com SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes, segundo dados oficiais.

De acordo com o boletim conjunto da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o Rt de 0,91 é igual em todo o território português: continente e regiões autónomas. Já no que respeita à incidência, os dados revelam que esta situa-se nos 67,7 casos por 100.000 habitantes se for considerado apenas o continente.

A incidência refere-se ao número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. No último boletim, em 22 de março, Portugal registava uma incidência de 81,3 novos casos de infeção com SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes e um índice de transmissibilidade (Rt) de 0,89. Quando analisado apenas o território de Portugal continental a incidência situava-se nos 70,3 casos por 100.000 habitantes e o Rt em 0,88.

Estes indicadores são os critérios definidos pelo Governo para a avaliação contínua do processo de desconfinamento iniciado em 15 de março.

Em 11 de março, na apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro, António Costa, avisou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou sempre que o Rt - o número médio de casos secundários que resultam de um caso infetado pelo vírus - ultrapasse 1.