O cônsul-geral de Portugal em Caracas, Licínio Bingre do Amaral, destaca a dedicação ao trabalho e solidariedade da comunidade portuguesa radicada na Venezuela, de quem, disse, tentou aproximar o consulado.
"Proximidade, estar perto das pessoas, ouvir as pessoas e tentar resolver os seus problemas. Basicamente, essa foi a minha missão principal. A Venezuela passou por momentos complicados e nós tínhamos de levar o consulado às pessoas", disse o diplomata, que nos próximos dias deixará a Venezuela.
O cônsul-geral explicou ainda que a sua gestão passou por "motivar a equipa" para responder "a qualquer questão do foro consular, desde questões burocráticas, documentos de passaportes, cartão de cidadão, procurações" e "muito importantes" como "as questões do foro social".
"A minha missão enquanto representante do Estado português aqui na Venezuela é apoiar os portugueses e é isso que tento fazer. Acho que consegui fazer isso com os erros normais que há sempre", explicou, insistindo que o consulado serve para "ajudar, falar com os portugueses e tentar que cheguem ao contacto, porque há muitos casos, nomeadamente da parte social, e as pessoas não conseguem chegar com facilidade".
Sobre a comunidade lusa local, explicou que gostou "muito de ver a amizade e a dedicação das pessoas nesta última fase, nomeadamente".
"Temos aqui uma grande comunidade. Continuemos a trabalhar, a avançar, porque a recuperação [da crise no país] vai ter que vir e a comunidade portuguesa vai ter que ter um papel-chave nisso", frisou.
Os representantes de três associações luso-venezuelanos (Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira, a Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas e a "Regala Una Sonrisa"), que esta semana receberam um apoio de cerca de 80 mil euros do Estado português, aproveitaram para agradecer a atenção dispensada pelo diplomata.
"O cônsul foi um fator muito importante no enlace entre Portugal e o Lar. Foi uma pessoa que nos apoiou muito. Foi graças à pressão dele que recebemos os apoios, que este ano não tinham sido outorgados", explicou o presidente do Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira à agência Lusa.
Por outro lado, Teresa Gonçalves de Fernandes, tesoureira da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas, destacou o trabalho do diplomata, nomeadamente nos apoios à área social.
"Estamos-lhe muito agradecidos, porque com a ajuda dele é que foi possível que nos dessem ajuda. Nós realizamos eventos para angariar fundos para atender portugueses carenciados, mas a pandemia [de covid-19] obrigou a paralisar todos eles. Estamos muito agradecidos pela ajuda que o doutor Licínio nos deu", disse.
Por outro lado, Francisco Soares, presidente da "Regala Una Sonrisa", explicou à Lusa que "o senhor cônsul teve um papel importante" e que "participou ativamente" em várias iniciativas.
"Ele não foi um cônsul de ficar no escritório (…) participou connosco nas visitas de casa em casa aos beneficiários dos apoios e nas jornadas de atenção a pessoas em situação de rua [sem-abrigo]", disse.
Francisco Soares sublinhou que "foi importante, porque, mais além da sua envergadura como cônsul, saiu a ver a realidade".
"Sentimos que estávamos acompanhados", afirmou.