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Espanha/Cheias: Cerca de 116.000 pedidos de indemnização às seguradoras numa semana

Data de publicação
07 Novembro 2024
16:38

As companhias de seguros de Espanha receberam cerca de 116.000 pedidos de indemnização numa semana por causa dos danos causados pelas inundações no leste do país, divulgou hoje o consórcio que reúne estas empresas.

Mais de metade dos pedidos, cerca de 60%, estão relacionados com carros e outros veículos, disse o diretor-geral do Consórcio de Compensação de Seguros (CCS), José Antonio Fernández, numa conferência de imprensa em Madrid, após uma reunião do comité de crise criado pelo Governo espanhol para acompanhar as consequências das cheias de 29 de outubro, em especial, na região de Valência, a mais afetada.

Dos cerca de 116.000 pedidos aos seguros até agora, 31% estão relacionados com danos em habitações e condomínios.

Este consórcio já recebeu numa semana tantos pedidos de indemnização por causa das cheias como aqueles que geriu em total com a erupção do vulcão de La Palma, nas Canárias, em 2021.

Segundo José Antonio Fernández, estão no terreno 800 peritos e o número deverá duplicar na próxima semana, para agilizar os processos.

As inundações no sudeste de Espanha na semana passada causaram danos em 78 municípios, 75 dos quais na região autónoma da Comunidade Valenciana, segundo dados atualizados hoje pelo Governo espanhol.

Nos municípios valencianos mais afetados, vivem mais de 920.000 pessoas.

As chuvas e as cheias causaram 219 mortos e as autoridades têm registo de 93 pessoas desaparecidas, segundo os balanços oficiais mais recentes.

A maioria das vítimas mortais é da Comunidade Valenciana, onde estão confirmados 211 mortos.

As enxurradas deixaram ainda destruídos ou muito danificados os pisos térreos das ruas que invadiram na noite de 29 de outubro, fossem casas de habitação, comércios, restaurantes, bares ou outro tipo de empresas.

O maior impacto foi em zonas suburbanas da cidade de Valência, que além de ser densamente povoada, é onde estão instaladas dezenas de zonas industriais e de parques comerciais e empresariais.

Não existe, até agora, um número ou estimativa oficial de habitações danificadas ou destruídas.

Associações empresariais divulgaram que, após uma primeira avaliação, há 50 áreas industriais afetadas, onde funcionavam 6.800 empresas. Pelo menos 1.800 estabelecimentos comerciais tiveram danos provocados pelo mau tempo.

O temporal deixou também milhares de carros amontoados em estradas, ruas e parques de estacionamento, muitas vezes empilhados uns nos outros em verdadeiras montanhas de veículos, naquilo que é uma das imagens mais associadas a estas inundações.

Segundo as estimativas das associações e empresas de remoção de carros que estão no terreno a trabalhar em coordenação com os militares e polícias, ficaram danificados e destruídos mais de 100 mil veículos.

Estradas, pontes, viadutos, linhas de comboio e metro e redes de abastecimento de água e energia ficaram também danificadas.

Segundo o balanço de hoje do Governo espanhol, foram repostas até agora 93% das 220.000 linhas de telefone fixo afetadas e 88% das 300.000 de telemóvel danificadas.

O abastecimento de eletricidade foi hoje reposto em todas as zonas.

Cerca de 30 estradas permanecem cortadas na região de Valência e há condicionamentos de trânsito em dezenas de outras. Algumas linhas de metro e de comboio suburbanas continuam também cortadas.

O Governo de Espanha declarou na terça-feira “zona de catástrofe” a região de Valência e aprovou um primeiro pacote de 10.600 milhões de euros em ajudas às populações e empresas.

Espanha iniciou já também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia e pediu a aprovação urgente no Parlamento Europeu de uma alteração aos regulamentos dos fundos de coesão, para os poder reprogramar e destinar à zona afetada pelas inundações.

Estão nas zonas afetadas cerca de 15.000 militares e elementos das forças de segurança do Estado.

Somam-se perto de 2.300 bombeiros e cerca de 650 elementos de polícias municipais e da polícia autonómica valenciana.

A assistir as populações há ainda organizações não-governamentais (ONG), como a Cruz Vermelha ou a Caritas.

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