Finou-se 2023. Com Portugal institucionalmente no fundo.
Um colapso ético-político-governativo sem precedente desde o início do regime constitucional de 1976.
No Estado, quase tudo e todos arrasados, sujeitos a disquisições!
Sempre avisámos que um sistema político-constitucional deficiente acarretaria a decadência nacional.
Agravada pela incultura generalizada nos que, quase analfabetos, aceitam, passivos, o dito e impróprio sistema político. Dizia Winston Churchill: “o melhor argumento contra a democracia, é conversar 5 minutos com um eleitor comum”.
A par de outras explicações para o que se passa.
A começar pela Educação.
Para a Pessoa Humana ter Formação e ser responsável, é na Família que a Educação começa. Onde, primeiro, aprende, assimila e reproduz. Portanto, é aí que inicia a percepção. Inclusive dos grandes Princípios que advêm e constroem a Ética e a Moral individuais.
Mesmo quando a vivência é em opções laicas.
A seguir, é na Escola que cada um começa a tomar consciência dos Valores que a sua qualidade de Pessoa implica. Que cada um inicia a prática do que apreendeu e aprendeu, devidamente enquadrado por uma Pedagogia.
Pedagogia que só é eficaz se educar para a Liberdade responsável e para o domínio das novas tecnologias em constante evolução científica.
O que é muito diferente de estar a ser condicionado para futuro dependente destas.
Ora, em Portugal, tudo isto falhou.
Razões porque Portugal está numa merda. “Para destruir um país, é preciso destruir as suas raízes”. (Alexandre Soljenitzine).
Resultado de o “socialismo” (?...) se ter instalado nova “religião de Estado”.
E é tôlo quem ainda não percebeu que semelhante desastre resulta de um planeamento de há décadas e da actual deserção das Instituições que fizeram Portugal.
Como há muito digo e escrevo que tal planeamento inclui o desarmar das Autonomias Políticas insulares, por dentro do PSD.
Desta situação sai-se através da ACÇÃO.
Revolucionária, se necessário.
Mas - porventura inocência minha - julgo que apesar de o regime democrático ainda não estar reformado, talvez seja possível encontrar solução sem revolução. Embora reste pouco tempo.
Por cá e até agora, infelizmente não nos conseguimos imunizar do caos ético-político na parcela da faixa litoral oeste da Península Ibérica, mormente vigente na sua capital, a “fermosa estrebaria” como escrevia Luís António Verney.
Entusiasmámo-nos com a Democracia e a Autonomia.
E bem. Sentimos finalmente podermos conquistar e agarrar o futuro. Trabalhámos tantas vezes sem haver dinheiro.
Durante décadas fomos a Sociedade do Desenvolvimento.
Agora, estamos no período Sociedade Festiva.
Imediatista.
O dinheiro é sobretudo para o consumo. “Comes e bebes” e para narcisismos paroquiais que até englobam fraudes pseudo-culturais e pseudo-solidárias. É para um “chega-te para lá”, que quero passar à frente. O grande negócio, a compra de votos.
Feito com aselhice. Pois os mequetrefes que “recebem”, nem por isso votam, e quem se indigna, deixa de votar!
Tudo à custa de dolosamente se destruir a Classe Média!
No futuro, alguns serão responsabilizados por terem dissipado tanto - que passou a existir mais, que nem sempre houve, nem haverá - em vez de investir no Desenvolvimento Integral (simultaneamente social, económico, cultural e ambiental).
Serão responsabilizados os que fraquejaram no afrontamento dos inimigos da Autonomia quanto ao FUNDAMENTAL para o nosso futuro. Uns tontos que se julgam “estrategas políticos” e que dizem “falar de Autonomia não dá votos”.
Como já noutros países, seguir-se-á a Sociedade da Frustração.
Porque, além do imediato, pouco restará em que acreditar.
Resultado da pretendida, mas falhada, “morte de Deus”. Resultado da instabilidade e insegurança em que passou a viver a célula Família. Resultado do Relativismo. Resultado de trabalhar, ter deixado de ser um Dever, mas não trabalhar, tornar-se um Direito que temos de sustentar.
Como começar a MUDAR ISTO, já em 2024?
Até agora, foi boicotado qualquer acordo constitucional que permita reformar o Sistema Político e, no caso da Madeira, nos reconheça a Autonomia Política que é nosso Direito Natural.
A intolerância do anti-Humanismo dos comuno-socialistas não deixa, porque a sua sobrevivência exige à sociedade uma subsidiodependência do poder político. E os fascistas comunistas vão ao ponto de o poder político ter o controlo absoluto e totalitário sobre a vida individual.
Embora diferentes dos comunistas, os “poderes ocultos” que hoje dominam a sociedade portuguesa e os seus principais partidos políticos - coisa que, por comodidade ou por covardia, os anencéfalos fingem não acreditar - tais “sociedades secretas” e oligárquicas também se opõem às reformas de fundo necessárias. Tudo tem de ficar como está, pois, é assim que estão dominando e LUCRANDO.
Sou Autonomista e Social Democrata de enteléquia sácarneirista.
Distante das tendências partidárias internas que hoje dominam o PSD.
Em Política não há “milagres”. Eis porque me recuso a estar passivo.
Antes que só haja saída pela via revolucionária, 2024 exige ACÇÃO.
Mesmo que os OBJECTIVOS PRINCIPAIS desejados se apresentem distantes.
E por muitos burros que se atravessem no caminho.
“La Garde meurt, mais ne se rendre pas!”