Uma enorme leviandade. Uma trapalhada monumental! Uma profunda gestão danosa com efeitos colaterais ainda por apurar. Foi o que foi, e por certo esta crise política em que o PSD mergulhou a Madeira irá figurar nos compêndios da História Contemporânea da Região.
Passou-se mais de um mês depois das eleições regionais, a 26 de maio. Com este distanciamento e com a aprovação do Programa de Governo (à segunda e com a cumplicidade daqueles que o Povo irá julgar), serena-se a temperatura política, permitindo a frieza e discernimento que só o tempo nos concede para podermos refletir com racionalidade e o máximo de neutralidade sobre o que deve ficar para memória futura desta crise política (quase) desnecessária. Ainda assim, é difícil encontrar outras palavras para melhor expressar o mal que o PSD e os seus fiéis subordinados andaram a fazer às famílias e às empresas madeirenses. Tudo isto num partido que se arroga de campeão da estabilidade, mas que nos últimos anos tem levado a Madeira, de crise em crise... de instabilidade em instabilidade.
A leviandade começa na noite eleitoral. Como todos sabemos, a fortaleza do PSD sofreu um abanão e, com uma nova perda de maioria absoluta (a terceira de Miguel Albuquerque!), conheceu uma nova realidade política. Uma queda estrondosa, com aterragem a cinco deputados da maioria. Mesmo assim, festejou o resultado com euforia, e prometeu abertura, democracia, respeito e diálogo parlamentar. Mas, uma vez mais, não passaram das costumeiras “palavras ao vento”.
A prepotência e o autoritarismo genético vieram ao de cima, manifestando-se através da habitual sobranceria com os partidos da Oposição. Foi ao ridículo de ser “ele” e o PSD a escolherem de entre os diferentes programas dos partidos as medidas que entenderam. Porventura as que lhes eram convenientes. Onde já se viu isto!? Depois desta profunda falta de seriedade, colocou a circular na opinião pública, como o apoio da propaganda dependente, que havia negociado as propostas incluídas no primeiro Programa de Governo.
Desde o início do ano, Albuquerque revelou sempre uma profunda falta de habilidade e humildade para sair do lamaçal em que ele próprio e o PSD colocaram a Região.
Mas os interesses pessoais, os monopólios e os habituais comensais do Orçamento da Região tolheram-lhe a lucidez. Prevaleceu a arrogância.
Albuquerque e o PSD revelam dificuldade em descer à terra. Facilmente comprovado pelas abjetas declarações onde apelidaram, em linguagem inqualificável, milhares de madeirenses de “anormais, incompetentes e canalhas”, convidando-os a saírem da sua terra. Ou ainda através das afirmações de fiéis subordinados que, com obediência cega e ambições políticas desmesuradas, tentam ocultar a sua incompetência e os seus esquemas, atacando tudo e todos de forma maldosa e manipulada, para júbilo, gáudio e regozijo dos seus “Amos e Senhores”.
Ainda não perceberam que a Região entrou num novo ciclo!
Um ciclo que será fundamental para refundar a nossa democracia. Incentivar a cidadania. A transparência. A opinião livre e responsável. O pensamento crítico. Respeitar, sem perseguir ou hostilizar, quem pensa diferente. É neste quadro de valores que o JPP trabalha todos os dias.
Todos os partidos estão agora sob um olhar mais atento dos eleitores e sujeitos a um escrutínio mais vigoroso. A população quer ver respeitado o sentido do seu voto, quer ação, resolução dos problemas, melhor qualidade de vida e não joguinhos partidários, rasteiras políticas, o passa desculpas ou as meias palavras.
O resultado eleitoral de maio é uma mensagem vigorosa dos madeirenses e porto-santenses à classe política. Exigem e querem que sejamos capazes de infundir uma sociedade verdadeiramente democrática, evoluída, justa, geradora de esperança e futuro.
Só o PSD é que ainda não percebeu nada disto!