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Artigo de Opinião

Presidente da SEDES Madeira

14/12/2023 08:00

A OCDE avalia o ensino em Portugal com o estudo PISA (Programa de Avaliação Internacional dos Alunos) desde 2000.

Na sua estreia em 2000, vários alarmes soaram com o fraco desempenho e avaliação do sistema de ensino revelaria nas avaliações aos alunos portugueses.

A OCDE com este estudo PISA avalia e analisa atualmente cerca de 3.7 milhões de alunos em todo o mundo, mais de 100 geografias.

O PISA de 2022, publicado no passado dia 5 de Dezembro, mediu a capacidade de jovens alunos de 15 anos comprovarem os seus conhecimentos e competências em leitura, matemática e ciências para enfrentarem desafios da vida real. No estudo de 2022, participaram cerca de 700 mil alunos, em 81 países do mundo, onde o resultado de Portugal revela um cenário grave e que ainda antecede a totalidade dos efeitos quer da pandemia Covid-19 quer de quase dois anos de greves no sector público do ensino.

Portugal obteve no PISA de 2022 uma queda abrupta em todas as linhas de avaliação: um desempenho de 472 pontos em matemática (-20.6 que em 2018), 477 em leitura (-15.2 que em 2018) e 485 em ciências (-7.3 que em 2018).

Face esta avaliação da OCDE, em média os alunos portugueses perderam cerca de 1 ano de escolaridade sendo o contexto socioeconómico a principal influência no desempenho dos alunos portugueses nos três domínios.

O PISA 2022 leva a OCDE a propor e apresentar dez medidas aos países que desejem melhorar resiliência e sucesso dos seus sistemas educativos entre as quais destaco cinco:

I. Evitar encerramentos prolongados das escolas públicas;

II. Preparar e formar alunos para uma aprendizagem autónoma;

III. Construir bases sólidas para a aprendizagem e o bem-estar;

IV. Reforçar as parcerias entre a relação escola e família;

V. Promover a escola como núcleo de interação social;

Na comparação dos períodos de 2018 a 2022, a percentagem de alunos em escolas cujo diretor comunicou que a aprendizagem é prejudicada por falta de pessoal docente aumentou em 58 países entre os quais, e com maior agravamento, encontramos Portugal.

Lamentavelmente, este estudo também revelou que o nosso país não apresenta um bom desempenho em termos de desempenho na literacia matemática ou na igualdade.

Como destaques positivos na evolução face a 2018, Portugal revelou uma boa capacidade de recuperação em termos de bem-estar e destacou-se na alimentação aos alunos, com forte contributo e ajuda das autarquias.

Em média, nos países da OCDE, 8,2% dos estudantes afirmaram não ter comido pelo menos uma vez por semana nos 30 dias anteriores, por não terem dinheiro suficiente para comprar comida. Três países registaram as percentagens mais baixas (menos de 3%) destes estudantes: Portugal (2,6%) e Finlândia (2,7%).

Liliana Rodrigues, Coordenadora do Observatório SEDES Madeira para a Educação, Ciência e Ensino Superior, num artigo de opinião ao jornal Observador de dia 23 de Novembro de 2023, escreveu: Com o ‘’Estado em emergência’’ vieram ao de cima, em open-space virtual, os fossos educacionais que ainda persistem. Persistem porque se mantêm desigualdades estruturais, sociais, económicas e culturais.

Para a SEDES, a inclusão como democratização da edução é pilar central para uma sociedade com melhores qualificações, melhores oportunidades de emprego, maior compensação salarial, mais e melhores empresas nacionais cocriando um ciclo económico-social virtuoso.

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