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Artigo de Opinião

Economista

28/11/2024 08:00

1 - O 25 de Novembro de 1975 representa um marco decisivo na história da recuperação da Democracia portuguesa, simbolizando o triunfo das liberdades individuais e das instituições democráticas sobre tentativas de imposição de um regime totalitário. É profundamente desprezível, que o latifundiário Partido Comunista Português e outros setores políticos continuem a opor-se à celebração de uma data que consolidou (parcialmente), as verdadeiras intenções do 25 de Abril. Todos aqueles que rejeitam a sua importância, ignoram deliberadamente o papel crucial que o 25 de Novembro teve para evitar que Portugal se transformasse numa ditadura de extrema-esquerda.

A narrativa propagandística do PCP e demais extrema-esquerda, que frequentemente enaltecem o 25 de Abril como o único símbolo da Democracia, negligencia o fato de que sem o 25 de Novembro o espírito democrático de Abril teria sido traído. O 25 de Novembro foi o dia em que a jovem Democracia portuguesa reafirmou o seu compromisso com a pluralidade, a liberdade de expressão e o Estado de Direito. Ignorar esta data é desrespeitar aqueles que lutaram, desde o início, para que Portugal não caísse numa nova forma de ditadura. Torna-se assim claro que, para o PCP e a restante extrema-esquerda, o mais conveniente é perpetuar mitos ideológicos com o único propósito de continuar a sua decrépita existência.

2 - O 2 de Abril deveria ser o Dia da Autonomia, da Região Autónoma da Madeira e da Comunidades Madeirenses, suprimindo-se o 1 de Julho e criando-se um segundo feriado regional a 12 de Setembro a ser denominado o Dia da Bandeira da Região.

3 - A questão do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) tem sido um exemplo claro de como a falta de visão estratégica por parte dos atuais decisores e políticos regionais pode comprometer o desenvolvimento económico regional e a Autonomia Político-Administrativa da Madeira (sem receita fiscal não há Autonomia). A incapacidade de certos stakeholders em fazerem valer os interesses do CINM junto do Governo da República demonstra não apenas a ineficácia de certas lideranças madeirenses, mas também uma negligência inadmissível para com o futuro da economia regional.

O CINM não é apenas uma plataforma de investimento; é um pilar da economia madeirense que tem permitido à Região reduzir a dependência fiscal face à República. Sem ele, a Madeira enfrentará não só um impacto direto no crescimento económico (vide estudos e publicações da Universidade de Coimbra, Universidade Católica e do ISEG), como também ficará mais exposta a chantagens políticas por parte da decrépita metrópole que levou mais de meio século para decidir a localização do novo aeroporto (mas que foi expedita em lhe atribuir um nome!), podendo comprometer o funcionamento da Autonomia Político-Administrativa que tanto custou conquistar. A Madeira celebrará muito em breve 50 anos de Autonomia, porém este marco corre o risco de ser um tributo vazio se os seus líderes continuarem a falhar em proteger os interesses estratégicos da Região.

Os decisores e políticos madeirenses precisam de adotar uma estratégia assertiva (“agressiva”) e concertada para demonstrar a Lisboa, e à Europa, a relevância do CINM. A sua descontinuidade implicará uma quebra severa nas receitas fiscais, um aumento das transferências em sede de Orçamento de Estado (financiadas pelo contribuinte continental), um aumento do desemprego e retrocesso económico que afetará diretamente a qualidade de vida dos Madeirenses e Portossantenses, a começar pelo funcionamento do SESARAM. É fundamental que a questão do CINM seja tratada como uma prioridade absoluta e que o Governo Regional e Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira mostrem capacidade de liderança ao mobilizar apoios e alianças quer a nível nacional, quer a nível europeu.

“Onde a incompetência é valorizada, ela está sempre presente.” - Masha Gessen, Jornalista

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