Todos os dias, uns tomam a decisão de deixar de fumar, outros de deixar de beber, uns de começar a treinar e outros ainda de iniciar um plano alimentar saudável! Mas ao mesmo tempo, todos os dias, alguém incentiva a beber ou a fumar ou a comer "junk food"! O pior é que, muitas vezes, os maus incentivos vêm de quem devia importar-se connosco e com o nosso bem-estar!
Todos nos deparamos com estas situações, no nosso dia a dia, e vivenciamos, inclusive, muito perto de nós! Por exemplo: um senhor por nós conhecido que tem cirrose e deixou de beber mas que, se sair de casa, tem todos os amigos na tasca a chamar para um copo - "Não bebes, não és homem!"; um amigo que deixou de fumar mas que, se se encontrar com outro fumador, lhe é oferecido um cigarro - "Vais me deixar a fumar sozinho!; a prima que começou uma dieta , mas que, se for a um jantar de família, tem de comer um bolo ou beber um licor para ninguém ficar ofendido - "Um dia, não são dias!"; e o conhecido que começou a treinar todos os dias, mas que, se estiver com quem não treina é o bobo da corte só porque está mais musculado - "Olha este está todo "fit" e agora tem a mania!".
Quem nunca esperou pela opinião de um amigo para seguir em frente? Quem nunca aguardou a aprovação de um familiar para tomar uma decisão? Quem nunca mudou de ideias apenas por uma expressão "mandada ao ar" de alguém conhecido?
A vida é um mar de rosas e todas as rosas têm espinhos! Entre os momentos felizes, todos somos postos à prova e temos de lutar com determinação para superar os desafios e para alcançar os objetivos a que nos propusemos, sejam eles, tanto mudar de trabalho, como mudar hábitos de vida. Para isso, temos de assumir o único papel possível - o papel principal! E mais, temos de ter a capacidade de dizer que não: muito obrigada, mas, não quero este caminho para mim, não quero comer o bolo, não quero beber álcool nem quero fumar!
Mas apesar de termos a força para dizer que não, a nossa família e os nossos amigos continuam a ter um papel muito importante nas nossas vidas. E por isso pergunto: Será que as pessoas não têm ideia do transtorno que podem causar na vida e na decisão de quem está a tentar ter uma vida mais saudável e feliz?
Se somos amigos e se somos família, temos de tomar o papel secundário no que concerne ás decisões dos outros! Apoiar e respeitar, mesmo que não se concorde!
Se somos os donos da decisão, temos de começar a assumir o papel principal, determinantemente! Se o que escolhemos para nós é o mais acertado e benéfico para a nossa qualidade de vida e saúde, temos de ser fortes o suficiente para cumprir com o objetivo. Se não estivermos capazes de o fazer sozinhos, busquemos então aqueles que nos apoiam, incondicionalmente, sem olhar para o seu próprio umbigo!
A sociedade em que vivemos, infelizmente, ainda tem alguns traços de egocentrismo que, sem dúvida, têm de ser melhorados! Se uns encaminham a sua vida, existem lá outros à espera para desencaminhar e prontos para dizer ao ouvido "É Carnaval, ninguém leva mal!". Mas acontece que o carnaval não pode ser todos os dias e somos nós, somente nós próprios que temos de ter a capacidade de dizer bem alto: "Eu sei que decisão tomei para a minha vida!" por isso "Não! Hoje não é Carnaval!"