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Artigo de Opinião

Psicóloga

26/01/2023 08:00

São séculos a evoluir, são mentalidades a mudar, são crenças enraizadas na imaturidade de uma criança que se perdeu num corpo de adulto.

Os filmes fantasmagóricos da idade média regressaram ao cotidiano do século XXI.

A peste e a falta de fé, a bruxaria e a inquisição relatadas pela história, são hoje colocadas sob o mundo novo, onde as brumas não permitem que o visível seja visível.

Com o foco numa dimensão na felicidade plena, em que as bases da existência são assombradas pelos obstáculos, o Homem anda às voltas de si mesmo em busca de uma fé perdida. A descrença no clero, uma política de corrupção, o impacto do futebol e os milhões injetados para uma companhia aérea, fazem parte da profundidade do hoje.

Os falsos sábios oportunistas da idade média, regressam com um empreendedorismo no século XXI. Alteram estados de consciência prometendo o milagre da cura, são os sabedores de toda área da medicina, (mesmo sem formação). Curam TUDO! Sabem TUDO! Mexem com TUDO, principalmente com a mente doente de quem os procura em busca de um resultado imediato.

Eles são "terapeutas", autodidatas de youtube, ou, ainda, com DESformações de fim de semana capazes de levar ao total conhecimento. Dizem ter percursos intemporais e ninguém os detém.

O visível deixa de ser visível, num século onde reina o facilitismo, nesta busca sem fim da imortalidade e da dor, da riqueza sem trabalho, da promiscuidade de relações vazias.

Folheamos mapas porque já não sabemos onde pertencemos e buscamos o "curandeiro" nas redes sociais.

O passado é que era bom, escutamos tantas vezes. Um passado em que foi esquecido o presente e hoje, reconduzimos o presente no futuro.

E a inquisição onde reina no século XXI? Escolhemos não pensar.

Contudo, lá estão os sábios que dão as respostas num mix de DJs. Tocam todas as músicas e todos os instrumentos, fazendo dançar um povo que rodopia mesmo sem saber dançar. Eles, são os curadores do século XXI.

O primordial são os critérios que colocamos a nós mesmos e a exigência que pretendemos numa alma colorida, sabendo aceitar todas as cores e percorrer o caminho do conhecimento, da ciência, do estudo de uma vida e da verdade.

Torna-se indispensável, acreditar que é possível um mundo melhor, se todos derrubarmos o vidro que separa as "terapias" ou "pseudoterapias" de fim de semana, da ciência formada. Que os sábios do século XXI sejam visíveis aos olhos dos que reinam.

A ciência contribui para uma melhor saúde mental de todos, contudo apenas se estivermos dispostos a aceitar que não existe numa única pessoa com todas as especialidades do mundo, ao qual os sábios do século XXI se referem.

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