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Artigo de Opinião

24/08/2024 08:00

A “silly season” foi assolada por vários eventos ao longo do mês de agosto. Nestes momentos sobressai o pior e o melhor dos seres humanos. Por um lado, a falta de empatia, de respeito e capacidade para dialogar. Por outro, a coragem, resiliência e espírito de união em colaborar. Há quem prefira ultrapassar o conhecimento técnico de profissionais, apontar o dedo a quem interessa e tentar ganhar protagonismo com a desgraça alheia. Outros preferem canalizar energias em garantir as condições máximas para os profissionais que estão no terreno e em apoiar as famílias e animais afetados. Quanto aos principais eventos, deixo as seguintes reflexões:

1- Nunca vi tanto alarido por um voto de pesar, é certo que na Assembleia Regional é uma novidade, mas não o é na República. E como dizia Morna no seu artigo de opinião, é um instrumento que serve para “falecimento de figuras públicas ou eventos de grande impacto social”. É certo que se trata de um animal, mas que sem sombra de dúvida teve um grande impacto na sociedade, ao ponto de gerar 20 mil assinaturas em menos de 3 dias, ser mencionado em todos os telejornais, fazer capas de notícias e sensibilizar pessoas pelo país inteiro. Talvez mais do que muitas figuras públicas a quem já se prestou homenagem.

2- Precisamos regular o estacionamento e isso só se faz criando espaços próprios e limitando de alguma forma os acessos. O preço é uma forma de tentar que as pessoas utilizem outros meios, nomeadamente transportes coletivos. O essencial é criar regras e limitar o número de turistas nos percursos face à degradação que temos assistido dos mesmos. O PAN já propôs soluções que passa por limitar entradas e usar as verbas para a manutenção. O alvoroço deu-se pelo pagamento ser aplicado a todos sem exceção. Sim, os residentes nunca deveriam ser prejudicados, mas infelizmente são. Vejamos a taxa turística em Santa Cruz.

3- A liberdade e a democracia são essenciais para o bem-estar de uma sociedade. Lamentável o que aconteceu no último ato eleitoral na Venezuela. Com as cores partidárias de lado, tem sido bonito ver a mobilização das pessoas, fazendo ouvir as suas vozes pela justiça. Que bom seria conseguirmos fazer o mesmo em outras situações.

4- Prevenir. Foram vários os alertas do PAN neste sentido. Depois de feito, há procedimentos a cumprir e profissionais que sabem o que fazer. Podemos ajudar, não atrapalhando, apoiando iniciativas e após a situação estagnar, debater e trabalhar para que não repitamos os mesmos erros. Haja humildade de todas as partes e capacidade para trabalhar em conjunto.

5- Quem nos governa peca pela postura e forma de falar. Têm a responsabilidade de tranquilizar a população, de garantir que estão a prestar o melhor serviço possível e informar devidamente quanto aos procedimentos.

No meio disto, e fora os ataques habituais a quem sai fora da caixa, tem sido interessante ver a continua incoerência da IL. Uma hora ridiculariza a proposta do PAN, na seguinte diz o mesmo que o PAN sobre a necessidade de proibição de fogos. Por palavras diferentes, claro. Mas o que esperar de quem acusa um orçamento de ser socialista ao mesmo tempo que faz discursos a favor do socialismo. O “liberalismo funciona e faz falta”, mas tirando a declamação de poemas não vemos grande coisa feita e a funcionar pela mão dos mesmos.

A energia que gastamos em lutar contra quem pensa diferente deve ser usada para fazer diferente, pois é no debate que se constrói ideias e na grande maioria das vezes, estamos do mesmo lado.

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