Anastácio Alves concedeu à TVI/CNN, esta noite, a primeira entrevista após ter sido condenado, em dezembro de 2023, a 6 anos e 6 meses de cadeia por quatro crimes de abuso sexual de crianças e um por um crime de atos sexuais com adolescentes, conforme o JM noticiou, aqui.
O antigo padre só assume ter praticado o ato com adolescente no ano de 2016 e referiu – em entrevista à jornalista Sandra Felgueiras – que não pretende ser absolvido, mas que apenas quer ser castigo por esse ato, não assumindo os outros quatro crimes que constam na acusação e no acórdão.
“Eu pretendo apenas que seja condenado no ato que realmente pratiquei (...). O ato que realmente aconteceu foi o de agosto de 2016”, reiterou o antigo sacerdote que enfatizou não assumir, em tudo, todos os termos da acusação, evidenciando, por outro lado, o sofrimento causado na vida da vítima a quem pediu perdão.
A jornalista da CNN pediu a Anastácio Alves a descrição do que aconteceu, ao que este respondeu que está no acórdão, o qual fala em sexo oral, conforme o JM noticiou oportunamente.
No ‘Exclusivo’ de Sandra Felgueiras, Anastácio Alves insiste não ter cometido os quatro crimes – atribuídos à época em que esta vítima era considerada criança porque tinha 14 anos – mas apenas já adolescente.
“Em relação a estes quatro crimes não há narrativas”, elaborou.
“Acha que depois do mal que fez, do perdão que pede, é justo ficar em liberdade?”, questionou Sandra Felgueiras.
“Acho que é justo cumprir a pena adequada que o tribunal determina por aquilo que cometi”, proferindo que o tribunal determinou um ano pelo crime de 2016, o único que assume, reforce-se.
A vítima referiu uns “quantos” crimes que é percecionado pelo coletivo de juízes, numa primeira fase, de instrução, como quatro crimes e a mesma vítima voltou, mais tarde, a referir quatro crimes. Mas Anastácio reafirma que a vítima é “sugestionada depois de a juíza ter sugerido 4 vezes”. O que também foi dito aos jornalistas à saída do Juízo Central Criminal do Funchal pelo advogado Miguel Santos Pereira.
Primeiro denunciante diz ter sido forçado a retirar denuncia
A CNN foi ao encalço do primeiro denunciante de Anastácio, hoje 34 anos, mas que aos 14 diz ter sido abusado sexualmente pelo padre na sacristia da Igreja da Nazaré. Corria o ano de 2004. Preservando a identidade deste cidadão, disse à investigação de Sandra Felgueiras ter sido forçado pela igreja madeirense a retirar a denúncia.
Atualmente, José Anastácio Gouveia Alves é, de acordo com a reportagem de Sandra Felgueiras, distribuidor de pão no arquipélago.