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Chega exige respostas para pescadores madeirenses

Data de publicação
03 Agosto 2024
10:49

Francisco Gomes, deputado do CHEGA na Assembleia da República, acusou o governo da República de ignorar o desespero que, a seu ver, está instalado no sector das pescas da Madeira e questionou se o ministério da Agricultura e Pescas ia seguir a recomendações feitas pelo Chega num projeto de resolução que já deu estrada no parlamento nacional.

A proposta do Chega sugere ao governo central que garanta o alargamento das quotas pesqueiras nacionais através de negociações com países europeus e não europeus e que procure, junto da União Europeia, a criação de quotas específicas para as regiões ultraperiféricas.

As declarações de Francisco Gomes surgiram numa audição parlamentar à secretária de Estado das Pescas, requerida pelo CHEGA, por recomendação do deputado madeirense. Na abertura da sua intervenção, o parlamentar criticou o que vê como a negligência do governo quanto às pescas, situação que tem lançado os pescadores na miséria.

“Isto acontece numa ilha onde a cunha calada de certos empresários fala mais alto que a fome sofrida do filho do pescador. Isto acontece numa ilha que paga subsídios a quem tem vida de café, mas amarra em casa quem só quer ir ao mar e ganhar o seu com suor e trabalho.”

Para o deputado do Chega, o centro do problema está nas reduções feitas nas quotas nacionais de pesca. Recorrendo a informação estatística, Francisco Gomes especificou os cortes verificados nas quotas de peixe-espada, atum voador e atum patudo, assim como no número registado de pescadores e embarcações.

Ainda, o deputado madeirense alertou para os rendimentos baixos dos que se dedicam às pescas, especialmente à faina do atum, sublinhando que muitos pescadores acabaram a época com setecentos ou oitocentos euros. Francisco Gomes pediu aos deputados que se colocassem na posição dos pescadores e tirassem as suas conclusões.

“E se fôssemos nós que tivéssemos mil euros ou menos para sustentar casa e família um ano inteiro? Mas, a vida foi-nos gentil, pois estamos sentados na República e não de mãos e pés atados no porto do Caniçal.”

Na continuidade da sua intervenção, o deputado madeirense do Chega criticou o que julga ser a rigidez com que certos grupos parlamentares reagem às reivindicações dos pescadores, usando argumentos que, por vezes, não correspondem à verdade.

“Falam grosso com pescadores que têm de dar de comer aos filhos. São fortes com os pobres, quando a maior parte das pessoas sentadas nesta mesa nem sabe o que é gaiado. Sabem que mais? Haja vergonha!”

A concluir, Francisco Gomes pressionou a secretária de Estado das Pescas a esclarecer se vai, ou não, comprometer-se com soluções reais paras as necessidades dos pescadores, nomeadamente na linha das sugestões já avançadas pelo Chega.

“Este governo, que se diz de palavra honrada, tem alguma honra para dar aos homens do mar? E irão os grupos parlamentares defender o trabalho de quem quer trabalhar ou preferem render-se ao ambientalismo radical e mandar os pescadores para a pobreza?”

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