Élvio Sousa, defendeu hoje que o preço a pagar aos viticultores pela uva Tinta Negra deve corresponder a uma “valorização justa da nossa agricultura e dos nossos agricultores, e os 20 cêntimos/kg anunciados por Albuquerque e Rafaela já vem tarde, pois deixaram os agricultores estes dez anos na pobreza e na servidão, sobretudo reféns das casas de vinho”.
O secretário-geral do JPP, que esta segunda-feira voltou a reunir-se com um grupo de viticultores no Estreito de Câmara de Lobos lembrou que “há 30 anos os produtores de uva recebiam 205 escudos ao kg, e no ano passado foi pago apenas 1,05€/kg, um descalabro numa altura de grandes dificuldades e quando está comprovada a redução de 30% a 40% da uva Tinta Negra, casta base do Vinho Madeira, como nos foi transmitido pelos agricultores”, explica. “A uva Tinta Negra tem de ser paga acima de 1,50€kg, só assim vamos ajudar a nossa agricultura e os nossos agricultores”, enfatizou.
O líder partidário e deputado desafia a secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, e o presidente do Governo, Miguel Albuquerque, “a explicarem publicamente os planos e as políticas do executivo para minimizar os impactos das alterações climáticas em todo o setor agrícola”. “Urge implementar as reservas agrícolas. Faltam respostas para a prometida e sempre adiada bolsa de terrenos e para suprir a redução abrupta das áreas de terrenos rústicos, que têm sido ocupados pela febre do cimento e do betão”, aponta.
Élvio Sousa destacou a necessidade de aumentar o preço da uva, e de “haver uma associação livre de produtores que não esteja debaixo dos pés do PSD e do CDS”, e aponta aos números da própria Direção Regional de Estatística (DRE), em referência a 2022: “A Madeira tem vindo a registar uma diminuição na superfície agrícola utilizada (SAU) ao longo dos últimos 30 anos, sendo que, entre 2009 e 2019, a SAU diminuiu 15,2%”.