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Madeira é a região do país com maior taxa de sobrelotação habitacional

Paula Abreu

Jornalista

Data de publicação
16 Novembro 2024
10:47

O JPP promove, esta manhã, no parlamento madeirense, as suas Jornadas Parlamentares sobre a temática ‘Habitação: um direito de todos, mas não para todos’.

Lina Pereira, deputada do JPP, explicou aos jornalistas que este “é um setor quer preocupa milhares de madeirenses que, infelizmente, estão a passar por um autêntico drama social” com situações “em que a taxa de esforço para pagar as rendas está nos 89% e a taxa de esforço das famílias para a aquisição de habitação está nos 105%”. A parlamentar expôs ainda que a linha de emergência da Segurança Social não tem dado resposta sendo que há famílias que têm andado de pousada em pousada de juventude, ou residenciais”.

As políticas governativas não estão a conseguir responder a este flagelo social, a este drama das famílias”, sublinhou Lina Pereira, comentando ainda que o programa da Renda Reduzida “excluído famílias que já estavam inscritas por critérios que ainda não estavam publicados em portaria”.

Uma das oradoras das Jornadas, a economista Vera Barros, apontou, por seu turno, que a nível nacional, a Madeira é a Região onde há mais sobrelotação habitacional.

“Há indicadores no todo nacional, em que a Região não está bem, como o da sobrelotação, em que os dados mostram uma taxa superior à média nacional”. Por outro lado, 75% das casas na Madeira são ocupadas pelo próprio proprietário, “5% a mais da média nacional”, afirmou ainda a investigadora, mas acrescentando que a questão da dignidade, segurança e acessibilidades das habitações requerem atenção.

Já João Ribeiro, economista e especialista em avaliação imobiliária, deixou a nota de que os preços de habitação na Região não vão diminuir tão cedo. O aumento dos custos de construção, o fenómeno da globalização com uma procura crescente de estrangeiros “têm feito que os mercados nacionais e regionais tenham tido umas dinâmicas diferentes do que estávamos habituados”, afirmou.

“A questão da habitação acessível para cidadãos locais, devido ao aumento dos preços, torna-se mais difíceis, o que implica que haja a necessidade de mais políticas públicas de habitação, mas que, neste momento, já vêm num tempo tardio, era uma situação que já devia ter sido prevista mais cedo”, aditou ainda, numas breves declarações à comunicação social, antes do início das Jornadas que contarão ainda com uma intervenção de Helena Roseta, arquiteta e antiga presidente da Ordem dos Arquitetos.

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