O PCP considerou, esta tarde, que a “manobra” de adiamento da discussão da moção de censura visa “no essencial prolongar a vida do governo de Albuquerque”, defendendo “outra política” para dar respostas aos problemas da Região.
Num comunicado enviado às redações, o partido começa por recordar que a entrada em funções do atual Governo Regional, após eleições com origem numa mega investigação judicial ainda não concluída, “só foi possível com a cumplicidade e a conivência do Chega que viabilizou o seu programa, a entrada em funções e o prosseguimento da sua política”.
A recente “moção de confiança”, conexa com a votação do Programa de Governo, contou com a cumplicidade do Chega, observou ainda o PCP.
Para o partido, é “difícil não ver nesta iniciativa associada à ‘moção de censura’ mais que uma manobra deste partido, tanto mais quanto é conhecida a sua identificação com o que de essencial as opções do PSD significam. Na verdade, basta olhar para os que hoje se apresentam como do Chega e o que programaticamente defendem para se perceber que têm origem na barriga da mesma mãe, o PSD e o seu lastro de negociatas e desprezo pelos interesses populares”.
Como já referido, o PCP considera que a manobra de adiamento da discussão da moção de censura “visa no essencial prolongar a vida do governo de Albuquerque, dar tempo a novas jogadas para procurar sobreviver no pântano de promiscuidade que o envolve”.
Uma manobra, sustenta, “em violação do regimento da ALRAM e dos prazos imperativos que coloca, que tem um negável significado político. Uma manobra que só tem viabilidade porque PS e JPP lhe dão cobertura a pretexto da aprovação do Orçamento Regional e que expõe uma confissão declarada de demissão no combate ao PSD e ao seu governo”, reforça.
“Quem se pretende em palavras apresentar como ‘oposição’, mas admite como bom para Região, para os madeirenses e porto-santenses possibilitar que o Orçamento Regional seja aprovado pela atual maioria só o pode fazer porque sabe que partilha no essencial das mesmas opções que PSD e CDS”, afiança, acrescentando que as respostas aos problemas da Região exigem outra política.
“Uma política inseparável do reforço do PCP e da CDU e dos seus deputados, de uma verdadeira força de alternativa que com coerência fez, faz e fará frente ao PSD, a força de esquerda com o que os trabalhadores e o povo podem contar”, remata.