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África do Sul precisa de 100 mil milhões de dólares para diversificar economia

Data de publicação
05 Janeiro 2025
15:00

A África do Sul precisa de quase 100 mil milhões de dólares até 2027 para financiar o Plano de Transição Energética Justa (JETP), para diversificar a economia do carvão, tendo conseguido até agora cerca de metade deste valor.

“O acordo no JETP da África do Sul de 8,5 mil milhões de dólares [8,2 mil milhões de euros] alcançado durante a COP27, no Egito, consistiu em financiamento público e privado, representando uma pequena parte do financiamento necessário para o país conseguir uma diversificação energética para lá do carvão”, lê-se no relatório ‘O Estado da Energia Africana em 2025’.

O total do financiamento necessário é de “99 mil milhões de dólares [96,1 mil milhões de euros] entre 2023 e 2027”, de acordo com o documento, produzida pela Câmara de Energia Africana, uma entidade destinada a fomentar os investimentos energéticos no continente.

Cerca de 70% deste valor seria alocado ao setor energético, com o hidrogénio verde e os veículos elétricos a receberem os restantes 22% e 8%, respetivamente.

“Os 8,5 mil milhões de dólares [8,2 mil milhões de euros] recebidos do Grupo Internacional de Parceiros (IPG), em conjunto com os 33 mil milhões de dólares [32 mil milhões de euros] provenientes do setor privado, e 10 mil milhões de dólares [9,7 mil milhões de euros] do setor público - incluindo instituições de financiamento do desenvolvimento e bancos multilaterais de desenvolvimento -, permitiu à África do Sul obter mais de metade do investimento necessário para o seu plano de transição energética, que serve de catalisador para a obtenção do valor em falta”, apontam os analistas no relatório sobre o setor energético africano.

A África do Sul vai tentar atrair investidores nacionais e entidades privadas internacionais sob a forma de doações, garantias e financiamento concessional ao abrigo do JETP, que é um veículo para ajudar as economias emergentes a deixarem de ser dependentes do carvão e a lidarem com as consequências sociais da transição energética para combustíveis mais limpos.

“Garantir uma transição energética justa tem os seus próprios desafios apesar das metas ambiciosas; desde que os acordos foram assinados, o progresso na definição de programas de investimento específicos foi mais lento que o previsto, ainda para mais porque os acordos foram assinados sob a forma de compromissos políticos ainda antes de os detalhes técnicos e de coordenação terem sido definidos”, dizem os analistas da Câmara de Energia Africana.

O resultado, concluem, é que “o processo de implementação enfrentou atrasos devido à morosidade das consultas públicas e das negociações que derivam da complexidade e da sensibilidade política do tema, que obriga a conciliar os diferentes interesses das partes envolvidas”.

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