O líder norte-coreano Kim Jong-un garantiu hoje que o seu país não hesitará em lançar um ataque nuclear contra um rival caso seja provocado, depois de elogiar as tropas envolvidas no recente teste de míssil balístico intercontinental (ICBM).
A agência de notícias estatal da Coreia do Norte (KCNA) divulgou que o líder norte-coreano se encontrou na quarta-feira com as tropas envolvidas no teste de míssil de desenvolvimento de combustível sólido Hwasong-18, que decorreu esta segunda-feira, para parabenizá-los pelo seu trabalho.
Durante a reunião noticiada pela KCNA, Kim sublinhou que o lançamento demonstrou a evolução da estratégia nuclear da Coreia do Norte, e da postura “de não hesitar, mesmo com um ataque nuclear, quando o inimigo o provoca com armas nucleares”.
Kim frisou também que a paz é garantida por uma postura de guerra e de disposição para lançar ataques preventivos contra o inimigo em qualquer lugar, para fazê-lo sentir medo, adiantou ainda a KCNA.
A Coreia do Norte conduziu esta segunda-feira o mais recente teste de mísseis, lançando um projétil balístico de longo alcance, o quinto em 2023, um número recorde que sublinha o progresso do programa de armamento e a escalada militar na região.
Desde a adoção de uma doutrina nuclear, no ano passado, Kim ameaçou repetidamente utilizar armas nucleares preventivamente.
Muitos especialistas estrangeiros apontam que a Coreia do Norte ainda não obteve mísseis nucleares funcionais e também é pouco provável que utilize as suas armas nucleares primeiro, porque está superada em armas pelos EUA e pelas suas forças aliadas.
Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão anunciaram na terça-feira o lançamento de um sistema para partilhar informações em tempo real sobre mísseis norte-coreanos e um plano de exercícios regulares para enfrentar avanços militares de Pyongyang.
Após o fracasso das negociações para a desnuclearização com os EUA, em 2019, a Coreia do Norte aprovou um plano de modernização de armamento - que inclui a instalação de satélites militares e o teste de numerosos mísseis - além de ter rejeitado a retoma do diálogo e de ter reforçado os laços com a China e a Rússia.
Por outro lado, a Coreia do Sul, o Japão e os EUA reforçaram a cooperação em matéria de segurança, sendo que Washington aumentou o envio periódico de meios estratégicos para a península.