Há três anos, as promessas que vinham pela calada da noite, emergiam um pouco por toda a cidade, como se toda ela fosse um terreno fértil, para aqueles que se intitulavam como donos de um Funchal sempre à frente.
Num dia surgiam 1500 lugares de estacionamento na Praça do Município, noutro, que o estacionamento seria gratuito durante 2 ou 3 horas ou ainda que iriam surgir bolsas de estacionamento por todo o lado. Tantos caminhos, becos, iriam ser alargados que a cidade ficaria rasgada de avenidas, desde a mais alta das zonas altas, até à beira mar. As consultas de oftalmologia passariam a ser gratuitas e as crianças mais carenciadas teriam óculos gratuitos.
Os bairros seriam reabilitados, fossem eles da CMF ou do GR, os jardins requalificados, com equipamentos para bicicletas e skates. Teríamos um pavilhão multiusos municipal e campos polidesportivos cobertos. Os idosos teriam mais residências, assim como residências assistidas para pessoas com altas médicas e criação de uma rede de cuidadores multidisciplinares. Até projeto de requalificação dos nós da via rápida foram pomposamente apresentados.
Lançaram acusações ao anterior executivo liderado pelo PS de ser responsável por uma cidade que diziam estar caótica, em que o trânsito estava parado, foram contra a estratégia municipal para a habitação, contra as bolsas de estudo para a classe média, contra o apoio ao arrendamento, contra a polícia municipal. Tudo o que vinha dos outros que não do PSD era mau a não ser quando já são eles a fazer.
Agora, a cidade está muito pior, mais suja, mais insegura, com mais problemas ao nível da mobilidade, do espaço público, do ruído. São campeões a cobrar impostos aos funchalenses, mas incapazes de melhorar. O PSD em 3 anos não conseguiu pensar a cidade, aplicar medidas adaptadas às novas realidades, aos novos tempos, inovadoras, realistas, sérias, comprometidas. Parece que governam como se vivêssemos no início do século. O trânsito não flui, e as únicas políticas de mobilidade implementadas pela atual vereação consistiram na tão prometida destruição da ciclovia e na colocação de semáforos (inúteis) por aí.
Não há estratégia, não há qualquer visão, não há inovação, estamos estagnados nos anos 2000. Após 3 anos de mandato e com as eleições no horizonte, importa começar a deitar alcatrão e a fazer festas. O que interessa para o PSD são os 6 meses antes das eleições o resto é conversa e a memoria curta uma bênção.
Caberá aos eleitores refletir e escolher, lembrarem-se de todas as promessas não cumpridas e principalmente saberem que cidade querem. As coisas mudaram, evoluíram, é preciso modernizar-se, adaptar-se aos novos tempos, ter políticas pensadas e com eficácia a médio e longo prazo, exatamente o oposto do que temos tido nestes últimos 3 anos. Estamos a ficar para trás, e se continuarmos com estas políticas ultrapassadas, sem visão e ambição ficaremos ainda pior do que agora. Sim, estamos a ser ultrapassados e vamos ser ultrapassados por muitas outras cidades portuguesas e europeias.
Corre por aí, “à boca pequena” que um Fino se prepara para avançar, já discursa em freguesias, de modo a se posicionar na linha de partida para setembro de 2025. Espero que estes 4 anos tenham sido suficientes para perceberem que o PSD já não é alternativa, está gasto, sem ideias, vive no passado, com as políticas do passado.
É preciso que as pessoas rapidamente invertam este caminho e principalmente comparem e vejam a diferença do que foi e estava a ser feito entre 2013 e 2021 e sejam capazes de voltar a alinhar a cidade com os melhores padrões do que se faz por esse mundo fora, devolvendo a dignidade aos funchalenses.