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Artigo de Opinião

Economista

1/07/2022 08:15

De salientar que esta Autonomia foi reconhecida pelo Estado, visto existir o reconhecimento de que a vida nesta ilha do Atlântico tinha as suas especificidades, limitações e necessidades que requeriam outro trato, outro cuidado e outra sensibilidade.

Esta conquista foi fundamental para que o desenvolvimento da Madeira fosse uma realidade que, atualmente, é bem visível e que, ao contrário de muitos "velhos do Restelo", melhorou substancialmente a qualidade de vida da população em todos os níveis. Hoje temos saúde para todos, ensino para todos, maior facilidade de transportes, acessibilidades para todos e desenvolvimento económico e social que permitem viver nesta Região com dignidade, qualidade e segurança.

Após todos estes anos, a nossa Autonomia congelou no tempo, não tendo sido capaz de se adaptar às novas realidades, necessidades, limitações e contextos. Com o passar dos anos, seria espectável que a Autonomia da Região Autónoma da Madeira fosse, aos poucos, se fortalecendo para que a ilha passasse a ser mais vibrante social e economicamente.

O que se vive é uma Autonomia Colonial, ao serviço de "Sua Majestade": o Estado Português. A Madeira, ou dá a ganhar ao país, ou então não terá o direito de prosperar em prol da sua população e, com isso, elevar a qualidade de vida dos seus habitantes. Já não basta ter de viver afastado do Continente e ter um elevado custo de vida, que é tão evidente, que agora não poderá aspirar na gestão das suas receitas de acordo com os desafios que o contexto vai colocando e de acordo com os sonhos que todos temos para uma Madeira mais livre, próspera e vibrante.

Há vários indicadores que demonstram que esta Autonomia Colonial é uma forma de controlo ditatorial de Lisboa sobre a Madeira. Com o desenvolvimento já demonstrado, associado a uma gestão exemplar do atual Governo Regional e com o amadurecimento alcançado não só no que se refere à Autonomia, como também à Democracia, já seria hora de confiar os destinos da Região aos Madeirenses e Porto-santenses.

Alguns exemplos do controlo musculado do Estado, que retratam o conceito da Autonomia Colonial, são as políticas desastrosas que afetaram negativamente o Centro Internacional de Negócios da Madeira, o processo desgastante da criação do novo hospital, as tarifas da TAP que em nada têm promovido o Turismo de qualidade da Região, as transferências das verbas do orçamento de Estado, cada vez mais reduzidas, a limitação da lei das finanças regionais e mais haveria para dizer…

É tempo de não deixar a Democracia cair em descrédito, é tempo de fazer políticas para as pessoas e menos para os interesses coloniais, é tempo de deixar de instrumentalizar a Madeira e passar a encará-la como um local de pessoas sérias, livres e com capacidade de levar a bom porto os seus destinos.

Precisamos de uma revisão constitucional, onde possamos amadurecer as Autonomias Regionais, dando condições para que as mesmas possam desenvolver as suas regiões, com a visão autonómica e com o desenvolvimento que os seus povos ambicionam.

É tempo de sermos "donos" da nossa Autonomia e das nossas escolhas que permitam a todos os Madeirenses viver com mais prosperidade.

Enquanto existirem Madeirenses e Porto-santenses com amor à sua terra, o sonho por uma verdadeira Autonomia jamais esmorecerá.

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