Portugal sai dos Europeus Open de natação paralímpica, disputados no Funchal, com três medalhas e 13 recordes nacionais, resultados que a federação da modalidade classifica como “indicadores muito positivos” para os Jogos Paris2024.
“Esta competição era um ponto de avaliação muito importante para os Jogos Paralímpicos. Considero que o indicador foi muito positivo. Isto permite-nos esperar que nos Jogos os nadadores consigam estar no ponto máximo da sua forma e ambicionar também este tipo de classificações”, disse diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação (FPN) à agência Lusa.
José Machado, que liderou uma seleção de sete nadadores, entre os quais cinco paralímpicos, considerou que as três medalhas - conquistadas por Diogo Cancela, que foi prata nos 200 metros estilos e bronze nos 100 mariposa S8, e Marco Meneses, prata nos 100 costas S11 - eram “o ambicionado”, destacando também a importância dos recordes conseguidos.
“É preciso fazer um balanço dos recordes pessoais, que neste caso e neste patamar são normalmente os recordes nacionais. Em 20 provas tivemos 10 pessoais e 13 nacionais, ou seja uma média acima de 50%”, referiu, acrescentando: “É um resultado muito significativo porque, normalmente, neste tipo de competições, andamos por volta dos 20% a 25%, numa competição bem sucedida”.
José Machado destacou o facto de duas das medalhas terem sido conseguidas em provas em que os tempos dos atletas portugueses foram acima dos recordes nacionais.
“Isso também significa que as marcas já são suficientemente boas para conseguirem atingir lugares de pódio, mesmo não estando no momento máximo”, disse.
Com quatro vagas não nominais asseguradas para os Jogos Paralímpicos Paris2024, que decorrem entre 28 de agosto e 08 de setembro, o diretor desportivo da FPN refere que a competição, que juntou mais de 420 nadadores, “deixou uma ideia clara sobre quem vão ser os escolhidos para os Jogos”.
“É óbvio que pode sempre haver uma percentagem de erro que pode levar a que haja uma ou outra alteração mas, de uma forma geral, deu para perceber que os nadadores que têm mais hipóteses de estar presentes nos Jogos também foram aqueles que obtiveram aqui melhores resultados”, afirmou.
José Machado considerou que os Europeus, de categoria Open e, por isso, foram abertos a atletas de países não europeus, foram “muito competitivos”, provavelmente até “mais do que os Mundiais de 2023, em Manchester”, em Inglaterra.
“Estamos em ano paralímpico, portanto nesta altura os melhores nadadores estão no final de um ciclo, preparam-se para isto durante estes últimos três anos”, disse.
Portugal fechou a competição no 24.º lugar do quadro de medalhas, liderado pela Itália, que conquistou um total de 60, 25 das quais de ouro, seguida de Ucrânia, com 64 (19 de ouro) e dos Países Baixos, com 27 (13 de ouro).
Ao longo de sete dias de competição foram batidos um total de oito recordes do mundo e 13 continentais.